O Operador Nacional do Sistema Elétrico e a GE firmaram um contrato para o desenvolvimento e o fornecimento de componentes de um sistema que permitirá o monitoramento em tempo real das condições de segurança da rede elétrica brasileira. Nomeado como Sistema de Medição Sincronizada de Fasores do SIN (SMSF), o projeto visa possibilitar o aprimoramento das ações de planejamento e de controle da operação de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional.
O valor estimado do projeto é de US$ 6,1 milhões, o projeto prevê duas contratações separadas, o ciclo 1 refere-se à implantação do projeto, cuja previsão é de 18 meses, e a fase de serviços de manutenção e garantia em 12 meses. O ciclo 2 tem relação com Suporte técnico pós-garantia, manutenção e evolução do produto com duração de 30 meses. Os recursos para a implantação do primeiro ciclo 1 são oriundos do Projeto de Assistência Técnica dos Setores de Energia e Mineral (Meta) do Ministério de Minas e Energia, estabelecido por meio de um acordo de financiamento entre o governo brasileiro e o Banco Mundial.
"O SMSF tem como objetivo monitorar o sistema elétrico em tempo real, provendo recursos às equipes de estudo e aos operadores dos Centros de Controle do ONS na tomada de decisão, de forma a evitar colapsos e desligamentos, bem como provendo informações de valor à análise do comportamento do SIN, por meio da qual são identificadas novas medidas operativas e eventual necessidade de implantação de novos Sistemas Especiais de Proteção", explicou o ONS.
A GE detalhou que o novo sistema SMSF complementa os sistemas de medição em tempo real convencionais. As grandezas elétricas são medidas e transmitidas a taxas superiores às dos sistemas convencionais, com 60 medidas por segundo, no caso do SMSF do SIN, contra cerca de 1 medida a cada 2s, e são sincronizadas no tempo por meio de GPS. Essas características ampliam a observabilidade e a capacidade de detecção de anomalias no sistema.
Entre outras funções, o sistema irá processar, agregar e prover dados e informações de grande relevância para o planejamento da operação, a operação e a pós-operação do SIN, apoiando, em especial, a atividade de análise de ocorrências, por meio da qual é possível identificar anomalias na rede elétrica e nos sistemas de proteção e controle, permitindo a adoção de ações prévias que minimizem a probabilidade e o impacto de falhas no sistema.
E ainda, do ponto de vista da operação, a ampliação da capacidade de detecção de anomalias proporcionará uma antecipação na definição de ações, disponibilizando um tempo maior para resolver possíveis contingências, garantindo maior segurança e integridade ao SIN.
Os Agentes de Transmissão e Geração serão responsáveis pela instalação dos PMUs (Phasor Measurement Units), equipamentos com características especiais que enviarão dados em tempo real e sincronizados no tempo ao novo sistema. Numa primeira fase, está prevista a integração de aproximadamente 200 PMUs, envolvendo cerca de 45 instalações (usinas e subestações) estrategicamente selecionadas pelo ONS. Segundo o diretor geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, o objetivo é chegar nos próximos anos a cerca de mil PMUs integrados, todos enviando dados ao sistema SMSF, o que aumentará a consciência situacional do SIN.