O CEO da EDP Brasil, Miguel Setas, está confiante quanto a solução para a questão da sobrecontratação das distribuidoras que tramita na Agência Nacional de Energia Elétrica. A sinalização, disse ele, é de que o regulador deverá atender ao pleito por migração de consumidores para o mercado livre. Se o tema foi favorável ao setor, ele projeta que o assunto estará equacionado.
A perspectiva da EDP é de que com o PLD subindo, o assunto do impacto financeiro sobre as empresas perdeu sua relevância econômica. Pois com um valor a R$ 150/MWh médio em 2017, que é próximo ao preço do mix de portfolio no país, “isso reduz a dimensão dos problemas”, estimou.
No grupo, o caso mais significativo de sobrecontratação involuntária está na EDP Bandeirante com algo entre 10% a 15% e um excedente total de 20%. No caso da outra concessionária do grupo, a capixaba EDP Escelsa, o tema não é relevante com nível de contratação dentro dos 5% regulatórios que são passados à tarifa. Em ambos os casos, destacou ele, se a Aneel aprovar o pleito, a EDP deixa de ter excedentes contratuais. Mas, Setas lembrou ainda que há outras discussões em andamento, como do GSF das cotas e de Itaipu, que precisam de tratamento para não impactarem as distribuidoras já que há perspectivas de que o déficit hídrico este ano possa ficar em 85%.
Sobre as perdas nas duas concessionárias, Setas comentou que na Bandeirante o indicador já está praticamente dentro do índice regulatório. Mas na Escelsa, mesmo com a alteração de um patamar de 7,87% para 11,45% está dois pontos acima. A meta da empresa é de se aproximar desse patamar em 2018.
Contudo, lembrou, a única ressalva é de que a empresa ainda está cautelosa quando ao ocorrido nas últimas semanas naquele estado acerca do problema da segurança pública. Esse, acrescentou o CEO, é um ponto de atenção, apesar de ainda não terem notado alteração profunda nos indicadores de perdas naquela região.