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As empresas do setor elétrico estão dando sinais de que o segmento de transmissão está sendo considerado a ‘joia da coroa’ no atual momento do Brasil. Depois da EDP Brasil revelar na última quinta-feira, 23 de fevereiro, que esta é a sua área de prioridade de investimentos no país, nesta sexta-feira, 24, foi a vez da Engie Brasil Energia (antiga Tractebel) indicar que pode entrar no segmento. A companhia que possui em seu portfólio de geração cerca de 9 GW de capacidade diz estar em um momento confortável e que avalia a sua entrada com novos projetos.

“Já olhamos o setor no ano passado, mas acabamos não entrando. Entendemos que o contexto regulatório está mais favorável e possui uma boa sinergia estratégica com o negócio de geração”, comentou o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da geradora, Carlos Freitas. E a porta de entrada para transmissão poderá se dar pelo leilão de transmissão previsto para este ano, sem detalhar qual deles, se já no primeiro que se espera para o primeiro semestre ou um possível segundo certame para este tipo de projeto.
Essa afirmação só corrobora a sensação de diferentes executivos do setor elétrico, de que o momento é mais favorável à transmissão e que os leilões serão marcados por novos entrantes e, consequentemente, por uma maior concorrência para os projetos. Freitas, contudo, disse ainda que ativos de geração também estão no radar da empresa.
O nível de alavancagem da empresa é o principal indicativo de que a Engie possui fôlego para partir para novos investimentos. A relação entre a dívida líquida sobre o resultado Ebitda (antes de juros, impostos depreciação e amortização) fechou o ano em apenas 0,34 vezes. Com isso, estimou Freitas, a Engie Brasil Energia tem um espaço para captar cerca de R$ 5 bilhões junto ao mercado, isso sem contar com a geração de caixa atual, o que traz oportunidades de obter recursos com baixo custo devido ao perfil de crédito da empresa.
Ao mesmo tempo, a empresa ainda não tomou a decisão sobre quais caminhos deverão ser seguidos no caso do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda (857 MW) e da UTE Pampa Sul (340 MW). A empresa revelou que contratou o banco de investimento Morgan Stanley para sondar o interesse do mercado pelos dois ativos ao seguir a estratégia global do grupo pela descarbonização de sua matriz. Freitas afirmou em teleconferência com analistas e investidores, sobre os resultados da empresa em 2016, que esta é apenas uma sondagem e que os ativos são boas usinas.