A agência norte-americana de classificação de risco Fitch rebaixou para ‘BBB (bra)’, ‘de A (bra)’, os ratings nacionais de longo prazo da Cemig e de suas subsidiárias integrais, bem como os de suas emissões de debêntures. A perspectiva negativa continua em razão dos desafios da companhia mineira para equacionar os elevados vencimentos financeiros previstos.

Segundo a Fitch, o rebaixamento dos ratings reflete o enfraquecimento do perfil de crédito consolidado da Cemig, tendo em vista seu pressionado perfil de liquidez nos próximos anos e a expectativa de menor geração operacional de caixa no segmento de geração. A Fitch acredita que a alavancagem financeira líquida consolidada, calculada segundo critérios próprios, permanecerá de moderada a elevada, acima de 4,0 vezes até 2020, e que sua redução somente será possível a partir de alienações de ativos em volumes substanciais.

Segundo cálculos da agência, as obrigações financeiras do grupo Cemig em 2017 e 2018, distribuídas entre Cemig GT, Cemig D e a holding, somadas aos investimentos projetados e descontados do caixa e da geração operacional de caixa prevista no período, devem exigir um volume de captações de R$ 8 bilhões a R$ 9 bilhões até o final de 2018.

A Fitch entende que a Cemig ainda possui alternativas de captação de recursos para atender a esta necessidade, mesmo que a custos financeiros mais elevados. O valor das obrigações a vencer inclui R$ 1,2 bilhão da opção de venda existente no FIP Parati, veículo de investimentos na Light S.A., que foi exercida contra a Cemig.
Também foi incorporada à análise a existência de risco político, devido ao controle acionário público, além dos moderados riscos regulatório e hidrológico, inerentes ao setor elétrico.