O consumo de energia no Sistema Interligado Nacional aumentou 2,8% em janeiro de 2017 quando comparado a 2016. Foram 39.308 GWh e com crescimento em todas as regiões do país, liderado pelo Sul que apresentou elevação de 5,5%, seguido pelo Sudeste com alta de 2,6%, Centro Oeste com 1,9%, no Nordeste a expansão ficou em 1,8% e no Norte em 1,7%. Os dados constam da Resenha Mensal da Empresa de Pesquisa Energética.

Esse aumento do consumo teve como principal motor a demanda industrial, que cresceu 4,4% e representou 50,7% do aumento de 1.084 GWh reportado no mês de janeiro, o destaque do período analisado. Foram demandados por essa classe de consumidores 13.088 GWh, e representa o segundo aumento seguido. De acordo com o documento da EPE, essa sinalização é apontada como uma possível transição gradual de estabilização da economia, mas lembrou que são necessários sinais mais consistentes para que se possa afirmar essa tendência. Ao separar por setor de atuação o têxtil apresentou melhor desempenho comparativo com crescimento de 20,4%, seguido do automotivo que apresentou alta de 15,1%. No sentido contrário estão o químico com queda de 0,3% e minerais não metálicos com retração de 0,7%.
Contudo, a EPE mostra-se em uma posição conservadora ao lembrar que alguns indicadores econômicos de janeiro ainda parecem transparecer uma conjuntura adversa e em contínuo processo de ajustes, mas que parecem estar mais adequados à realidade do setor. E ainda, que a baixa base estatística do ano passado pode ter ajudado nesse processo de comparação.
Já o segmento residencial apresentou aumento de 1,2% no mês de janeiro, com 11.966 GWh. Segundo a EPE, o endividamento das famílias e as dificuldades do mercado de trabalho ainda têm sido um obstáculo para a recuperação mais forte do consumo residencial que está parado há um ano em 160 kWh/mês, em média.
Por sua vez o comércio e serviços foi o que apresentou menor indicador de crescimento com 0,3% nessa base de comparação. Ficou em 7.756 GWh. Apesar disso, foi reportado menor número de dias de faturamento, o que influenciou no resultado em distribuidoras de 12 estados. Desconsiderando esse efeito, a estimativa é de que o crescimento teria alcançado 2%.
Separado por ambiente de contratação de energia, o mercado cativo apresentou retração de 4,2% no mês de janeiro ante 2016. No acumulado de 12 meses esse indicador é de queda de 3,4%. No sentido oposto está o mercado livre, cuja demanda aumentou 25,6% no mês de janeiro de 2017 ante o ano anterior e 9,7% no acumulado dos 12 meses.