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A principal aposta da companhia está na capacitação de parceiros. Após um processo de treinamento técnico, os instaladores são habilitados para vender os kits WEG, que inclui inversor, módulo, estruturas e serviços. A procura por esse tipo de capacitação vem crescendo em ritmo chinês. Em 2012, a empresa treinou apenas dois instaladores. Em 2015 esse número aumentou para 56; saltando para 208 no ano passado.
“O grande sucesso nessa área de solar distribuída se dá pelo fato da gente ter uma rede de assistência técnica muito grande no Brasil e também da nossa decisão de desenvolver o que a gente chama de instaladores/integradores”, detalhou Silva. “Nos últimos três anos, tivemos um crescimento nas vendas acima de 200%. Comparando 2015 com 2016, houve um aumento de 234%.” Foram 460 pedidos para geração distribuída em 2016. Segundo o executivo, somados o faturamento de GD com o negócio de projetos solares de maior porte, o segmento solar apresentou um crescimento de 402% entre 2015 e 2016.
A geração distribuída está em franco crescimento no Brasil. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontam que em quatro anos, o número de conexões de micro e minigeração de energia superou 7 mil instalações. O número cresceu de 4 conexões registradas em dezembro de 2012 para 7.658 ligações registradas em 25 janeiro de 2017, o que representa uma potência instalada de 75 MW – suficiente para abastecer 60 mil residências. Clique para ver os dados atualizados.
A expectativa da WEG é que a capacidade de GD no Brasil irá dobrar em 2017, para 150 MW até o final de dezembro. “Acho que esse número é plenamente atingível, porque o preço da energia solar, especialmente da solar distribuída, está caindo”, disse o diretor. Em 12 meses, contou ele, o preço da energia fotovoltaica passou de US$ 0,50 por watts para US$ 0,33, queda de 34% no custo dos módulos. João Silva afirmou que há uma “inundação” de módulos desde que o governo chinês mudou os incentivos para energia solar em junho de 2016. “A China está reduzindo a instalação de usinas solares por lá e os fabricantes estão tendo que colocar essa quantidade de módulos em outros mercados, fazendo o preço despencar.”
A WEG chegou a avaliar a fabricação de módulos fotovoltaicos no Brasil, principalmente para abastecer grandes projetos e, com o ganho de escala, atender o mercado de geração distribuída também. Porém, a empresa decidiu não seguir com a ideia. “Se um dia fossemos fazer módulos, eu não sei se faríamos módulos no Brasil, talvez em uma unidade fora do país, mas isso não está no nosso radar”, disse Silva.
“Neste momento não faz parte da nossa estratégia fabricar módulos. Queremos ampliar a nossa oferta na área de inversores, de treinamento de integradores e de distribuição [de equipamentos].” Apesar disso, ele entende que a política de nacionalização do BNDES está adequada. Hoje o Brasil conta com duas fábricas de módulos solares, da Globo Brasil e da Canadian Solar, e uma terceira em construção da BYD.
Novos negócios – A WEG fechou um grande contratado para construir duas usinas solares, uma de 30 MW do leilão de 2014 e outra de 60 MW do leilão de 2015. Trata-se de uma estreia no mercado de EPC para usinas de grande porte, uma vez que a empresa já prestava esse serviço para usinas de até 3 MW. “Isso é uma novidade a gente entrar como epecista de grandes projetos”, disse o executivo sem poder dar muitos detalhes sobre o acordo que deverá ser anunciado em breve.