O acesso à energia elétrica é fundamental no mundo moderno e um dos principais indicadores de desenvolvimento social de um país. No Brasil, o uso da eletricidade tornou-se importante a partir do início do século XX, com a multiplicação de empreendimentos de geração de energia elétrica, especialmente no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Ainda assim, em 1940, só 47,2% dos domicílios urbanos e 2,4% dos rurais tinham acesso à eletricidade.
No livro "Eletrificação rural no Brasil: uma visão histórica", que será lançado em 15 de março, na Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, são narradas as principais etapas e desafios vencidos pela eletrificação rural, em paralelo com a trajetória de desenvolvimento do setor elétrico brasileiro. Nas 368 páginas da obra, são detalhados obstáculos iniciais, como o pequeno interesse das concessionárias na prestação do serviço fora dos grandes centros, em decorrência de fatores como alta dispersão da população rural e a baixa rentabilidade dos investimentos, até o atual desafio de eletrificação de comunidades isoladas e a obtenção, em 2010, dos índices de 99,1% dos domicílios urbanos e 92% dos domicílios rurais com energia elétrica.
O principal ganhador do processo de eletrificação rural, para o coordenador editorial da publicação, Paulo Brandi Cachapuz, foi o homem do campo. "Antes da chegada da energia elétrica ao meio rural, a produção agrícola dependia muito mais da força muscular humana e animal. Então, quando se fala em eletrificação rural, estamos falando em significativos ganhos econômicos, proporcionados pelo aumento da produtividade através da mecanização, mas também na melhoria das condições de vida de muitos brasileiros".
Em "Energia elétrica e urbanização na cidade do Rio de Janeiro", cujo lançamento está marcado para 21 de março, no Museu de Arte do Rio (MAR), são examinados, ao longo de cinco capítulos, as relações entre o desenvolvimento do tecido urbano e o consumo de energia elétrica no Rio de Janeiro, que ganharam impulso decisivo no início do século passado, quando as inovações tecnológicas relacionadas à produção, transmissão e distribuição de energia elétrica concorreram para disseminação da nova forma de energia.
A coordenadora editorial da publicação, a historiadora Ligia Cabral, lembra que a pesquisa teve início há cerca de 30 anos e enfrentou diversos desafios, destacando, por exemplo, que a digitalização de documentos era muito rara quando o trabalho começou. “A equipe responsável precisou realizar muita pesquisa presencial para levantar e armazenar uma massa de informações considerável”, diz Ligia, chefe da Coordenadoria de Pesquisa da Memória da Eletricidade.
Para o presidente da Memória da Eletricidade, Mario Santos, é de suma importância reconhecer o notável esforço realizado pelos agentes do setor elétrico em prol da universalização do atendimento à população urbana e rural brasileira. "Com estes livros, reafirmamos o nosso compromisso de contribuir para o conhecimento mais amplo da história da energia elétrica no Brasil e do papel essencial que ela desempenha no desenvolvimento nacional", avalia o executivo.
Serviço
O que: Lançamento dos livros "Eletrificação rural no Brasil: uma visão histórica" e "Energia elétrica e urbanização na cidade do Rio de Janeiro".
Quando: 15 de março e 21 de março de 2017.
Onde: Fundação Biblioteca Nacional (Rua México, s/nº, Centro, Rio de Janeiro) e Museu de Arte do Rio de Janeiro – MAR (Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro).