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A Abengoa Concessões passa por uma grave crise financeira na Espanha, o que afetou sua subsidiária no Brasil. Desde o final de 2015 que os projetos tocados pela companhia por aqui estão paralisados, entre eles importantes sistemas de transmissão que darão suporte ao escoamento da energia produzida pela hidrelétrica Belo Monte (11.233 MW), em construção no Pará.
A proposta defendida pela Abengoa é que a Aneel e o governo brasileiro permitam que nove instalações de transmissão em construção sejam relicitadas, mas com receitas e cronogramas devidamente atualizados. Aneel, porém, é totalmente contra a proposta de revisão das receitas, mas já manifestou que em uma eventual licitação certamente ampliaria o prazo das obras. A demora na execução dos projetos já resultou na reavaliação da construção da linha 500 kV Milagres II-Luiz Gonzaga C2, que pelos estudos de planejamento perdeu a efetividade.
Para a Abengoa, a atualização das receitas e dos prazos, cria um ambiente mais atrativo para os novos empreendedores, acelerando a conclusão dos projetos, preservando o interesse público. Para Aneel, porém, permitir que isso aconteça abre um precedente perigoso no setor elétrico, pois outras empresas em processos de cassação podem querer se beneficiar da mesma prática.
A Abengoa possui 6,8 mil quilômetros de linhas de transmissão em operação no Brasil e 6,1 mil quilômetros em implantação. Os projetos em construção pela Abengoa no Brasil estão paralisados desde novembro de 2015 e a Aneel iniciou o processo de caducidade dessas concessões no final de junho de 2016. Segundo informações de mercado, os ativos em operação despertam o interesse de investidores estrangeiros, como já declarado pela State Grid Brazil e pela Equatorial Energia.