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O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) quer implementar no Brasil um conceito conhecido internacionalmente como “resposta da demanda”, que consiste em incentivar grandes indústrias a reduzirem o consumo de energia elétrica nos momentos em que o sistema está com pico de demanda ou escassez de recursos de geração. Segundo a entidade, a aplicação desse conceito pode reduzir o uso de termelétricas, cujo custo emergencial de produção é muito mais elevado, contribuindo para redução da tarifa de energia para todos os consumidores brasileiros.

“Isso de certa forma é algo que já é contemplado na legislação desde a reforma de 1998. Com tantas coisas para fazer ao longo desses anos, só agora é que vamos efetivar esse mecanismo de resposta da demanda”, informa o diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, em entrevista à Agência CanalEnergia nesta quarta-feira, 15 de março.

Barata conta que o projeto piloto está sendo desenvolvido em parceria com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e com a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (Abrace), entidade que representa gigantes industriais como Braskem, DOW, Alcoa, Gerdau e Votorantim.

O executivo explica que essas empresas conhecem bem esse tipo de mecanismo, pois já o realiza em suas unidades localizadas em outras partes do mundo. “Muitos dos nossos grandes consumidores já têm essa prática no exterior. Nós estamos desenvolvendo um projeto piloto usando os conhecimentos teórico e prático.”

A proposta inicial em discussão prevê utilizar dois produtos para incentivar a redução do consumo, um para o dia em curso (intraday) e outro para o dia seguinte (day-ahead). Dessa forma, com base no custo de geração, o ONS e os agentes irão avaliar se é mais vantajoso reduzir a demanda ou chamar a geração complementar para atender aquela necessidade elétrica. “Os grandes consumidores conhecem detalhadamente seus processos produtivos, eles podem dizer se preferem reduzir a demanda ou não com base no preço ofertado.”
Atualmente, sempre que há um pico de consumo de energia ou uma perda repentina de geração, o ONS precisa chamar as térmicas. Dependendo do tipo de combustível e do contrato, o custo do MWh pode ultrapassar R$ 1 mil. “Isso serviria, principalmente, para fazer a modulação da geração intermitente. Como as eólicas variam muito, se houver uma redução da geração eólica, ao invés de aumentar a geração térmica, eu posso reduzir a carga”, explica Barata.

A aplicação do conceito de resposta da demanda está em gestação. O assunto precisa ser discutido com a Aneel, pois segundo Barata precisaria ser criada uma regulação provisória que permitisse testar a funcionalidade desse novo mecanismo. “A ideia é colocar o projeto piloto em funcionamento ainda este ano, para que no ano que vem possamos implementar esse produto de resposta da demanda”, adianta.