O governo federal abriu a possibilidade de finalmente estabelecer um valor de referência para a biomassa. A discussão sobre esse valor está na fase de elaboração da nota técnica junto à Empresa de Pesquisa Energética, que assim que finalizar o documento, enviará a recomendação ao Ministério de Minas e Energia, que é o órgão responsável pela promulgação desse indicador. A estimativa é de ter um VR também para o biogás.
De acordo com as duas associações diretamente ligadas ao pleito, a Única e a Cogen, a definição desses valores representa um estímulo ao investimento em geração. Até porque, lembrou o presidente executivo da Cogen, Newton Duarte, a ideia é de que de possa desatrelar a biomassa de um CVU e assim, fazer com que as florestas energéticas tornem-se uma realidade no país.
“Isso é importante porque dará condição para que distribuidoras de estados como São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, entre outros possam realizar sua chamada pública para comprar energia de geração distribuída de biomassa, a fonte mais disponível assim como a solar que já tem um VR de R$ 454/MWh”, comentou ele após evento sobre bioeletricidade que as duas entidades promoveram nesta quinta-feira, 16 de março.
Na avaliação do gerente de bioeletricidade da Única, Zilmar Souza, esse é um sinal político importante para a biomassa. Ele lembrou que um outro ponto importante nessas conversas é a questão do biogás que pode trazer vantagens de ser um combustível mais eficiente para a sua queima desde que haja a indicação desse valor de referência.
No escopo do trabalho em desenvolvimento a estimativa é de que não haja diferenciação de valores entre os tipo de biomassa, onde os principais são o bagaço da cana de açúcar, cavaco de madeira e casca de arroz. Apesar das entidades terem apresentado cenários diferentes a indicação é de estabelecimento de apenas um valor para o produto biomassa.
A esperança das entidades é de que com esse valor determinado possa ser o gatilho para que a geração distribuída a partir da biomassa possa decolar. Até hoje, relatou a Cogen, desde que a modalidade passou a ser prevista, ainda na primeira metade da década passada, foram registradas pequenas contratações, que se dão por chamada pública, com 98 MW médios de acordos ante um potencial de cerca de 4,5 mil MW médios.