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As usinas de açúcar a álcool encerraram 2016 com a injeção de 30 kWh de energia injetada na rede a cada tonelada de cana de açúcar moída. Esse nível é mais que o dobro que o setor reportou seis anos atrás, quando o indicador era de 14 kWh por tonelada. Contudo, esse patamar ainda representa cerca de 40% do potencial total estimado pela Única que aponta uma capacidade de chegar a 70 kWh exportado à rede com o mesmo volume de biomassa de cana de açúcar.

Segundo o gerente de bioeletricidade da entidade, Zilmar Souza, cerca de metade das usinas ainda não realizaram investimentos de retrofit, uma ação que permitiria a injeção de mais energia na rede. E esses aportes, comentou, são de longo prazo, o que exige maior clareza e direcionamento de caminhos que a política energética irá seguir.
“É fato que estamos tendo uma boa performance, em 2010 a nossa exportação de energia para a rede era de 14 kWh e agora em 2016 fechamos em 30 kWh por tonelada, mas podemos avançar a algo entre 60 a 70 kWh. Não há uma barreira tecnológica, trata-se de investimentos, pois quase metade das usinas estão sem retrofit e produzem para autoconsumo apenas e poderiam gerar excedentes. Então, temos bastante espaço e isso sem aumento do canavial, apenas com uma política setorial”, afirmou o executivo após evento realizado em São Paulo em parceria com a Cogen.
A perspectiva do longo prazo, acrescentou, é positiva em decorrência da ligação intrínseca que a bioeletricidade tem com o setor de açúcar e etanol, ainda mais por conta de programas como o Renovabio no âmbito do MME. Ele destacou que se houver a concatenação de ações entre os produtos o setor poderá atingir esse patamar máximo indicado. Contudo, lembra que há um outro problema a ser abordado no setor elétrico: a incerteza da demanda.
Souza ressaltou que o governo federal ainda precisa fazer a lição de casa sobre como está a demanda e, principalmente, a oferta de energia, em referência aos projetos contratados em leilões de energia nova, que não sairão do papel e, provavelmente, participarão do leilão de descontratação. “Hoje não temos a clareza se será realizado leilão esse ano. Além disso o governo federal assinou compromisso na COP 21 de Paris, onde, olhando para 2014, prevê um aumento de 300% de geração de energia de biomassa até 2030. Mas do ponto de vista concreto não temos uma sinalização clara e estável”, apontou.
Em sua avaliação é importante para o setor como um todo ver a melhoria do ambiente de negócios e que, nesse sentido, ainda há muito a se fazer, como a questão da inviabilidade do MCP com a judicialização que vem travando a liquidação financeira promovida pela CCEE mensalmente e que vem elevando o valor em aberto a cada evento desta natureza.
Segundo o mais recente boletim de bioeletricidade divulgado pela entidade, a capacidade instalada de biomassa soma 14,7 GW de potência. E ao final de 2016 representou a segunda maior fonte, perdendo apenas para a fonte hídrica. Considerando apenas as usinas que utilizam cana de açúcar a capacidade é de 11,1 GW. A perspectiva é de que a fonte em 2017 ganhe mais 382 MW. No ano de 2016 foram 807 MW de acréscimo à matriz elétrica nacional.
No ano passado foram gerados pela biomassa 54 TWh de energia, nesses números já incluídos a autoprodução. Somente o bagaço e palha da cana contribuíram com 36 TWh do total da fonte biomassa. Desde 2013, apontou a Única, cerca de 60% da produção de energia destina-se à injeção na rede e 40% para o consumo próprio das usinas.