O grupo de matriz italiana Enel apresentou, em 2016, um crescimento de 17% no seu resultado líquido, alcançando 2,57 bilhões de euros. Segundo a holding, o número reflete o aumento de 16,1% do EBIT no período, compensando o impacto do aumento dos encargos financeiros líquidos não ligados à dívida, o ajustamento ao justo valor de uma série de rubricas relacionadas com a alienação da Slovenské elektrárne e também o aumento dos impostos sobre o rendimento. Entre os pontos positivos alcançados no desempenho operacional e financeiro do ano passado está a redução dos custos líquidos em cerca de 8%, com economias de aproximadamente de 1 bilhão de euros.
Apesar do aumento no resultado líquido, as receitas do Grupo caíram 6,7% em 2016, totalizando cerca de 70,5 bilhões de euros, resultado da variação cambial e do encolhimento das vendas de energia elétrica. Na América Latina, as receitas chegaram a 10,7 bilhões de euros no ano passado. A holding atua com negócios de distribuição, geração, transmissão e comercialização no Brasil, mercado que, segundo os resultados divulgados hoje, acabou impactado negativamente pelo enfraquecimento do real frente ao euro – fator parcialmente compensado pelo aumento nos preços médios após as revisões tarifárias ocorridas em dezembro de 2015 no Ceará e março de 2016 no Rio de Janeiro.
Com um crescimento de 272 milhões de euros (alta de 8,2%) frente a 2015, o mercado latino-americano contribuiu com pouco mais de 20% para o EBITDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) total do grupo, que alcançou 15,276 bilhões de euros no ano passado. Os negócios no Brasil refletiram, neste caso, em um aumento da margem de receita, "devido sobretudo às mudanças regulatórias ocorridas no ano, que mais do que compensaram os efeitos cambiais", afirma o comunicado da Enel. Os investimentos do Grupo em 2016 chegaram a 8,55 bilhões de euros, um aumento de 20% em relação a 2015 – a América Latina recebeu pouco mais de 3 bilhões de euros.