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A Abraget vem trabalhando em uma proposta de criar um condomínio de usinas térmicas que se utilizam de um terminal de regaseificação. A ideia é a de reduzir o risco do negócio e evitar o ocorrido recentemente com dois projetos da Bolognesi, um no Rio Grande do Sul e outro em Pernambuco, que estão atrasados por conta da explosão cambial logo após o leilão dessas centrais. O custo dessa implantação seria dividido e cada usina teria acesso ao GNL tendo ao máximo quatro centrais de até 500 MW de capacidade instalada.

De acordo com Edmundo Silva, consultor da Abraget, com esse volume de potência é possível viabilizar o terminal. Contudo, ressalta que ainda há questões que precisam ser alteradas na regulação do setor que ainda atrapalham a viabilidade dessa modalidade de geração e a principal delas é a figura da distribuidora da molécula, regida pela legislação estadual e que impõe a incidência de ICMS sobre o produto.
“No Gás para Crescer [programa do governo federal], temos que ter reconhecida a figura do autoprodutor do insumo e do autoimportador. Se tirar a distribuidora do gás nessa cadeia teremos a viabilização de qualquer térmica no Brasil”, destacou ele durante o workshop que a divisão Power da GE promoveu nesta sexta-feira, 17 de março.
Um exemplo, comentou ele, é a UTE Porto do Sergipe, sociedade entre a Golar Power e a EBrasil que está em construção naquele estado. A central com 1,5 GW de capacidade instalada e que deverá entram em operação em 2020 foi viabilizada por conta de ações do governo local. “Uma térmica como essa pode ancorar o desenvolvimento industrial na região porque promove a inserção do gás ali, tem-se que pensar no longo prazo”, acrescentou.
Segundo Silva, essa perspectiva, apesar de positiva, ainda traz a necessidade de que os geradores tomem medidas protetivas por meio hedge de longo prazo. E destacou ainda que a valores de R$ 270/MWh em leilões, as térmicas são viáveis. Segundo ele, usinas a gás por R$ 230/MWh é sonho, “as conhecidas usinas de papel”.