Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica, a produção de biogás para geração de energia elétrica atingiu a marca de 118,6 MW de energia instalada em fevereiro de 2017, saltando de 0,0572% no início de 2016 para os atuais 0,0741% da matriz elétrica brasileira. O crescimento percentual foi de quase 30% em um ano, sendo o biogás uma das fontes de energia que mais cresceram no Brasil. No total, são 15 usinas operam em aterros a partir de resíduos sólidos urbanos, 11 usinas que operam com de resíduos animais e três usinas a partir de fontes agroindustriais.
Alessandro Gardermann, vice-presidente da Associação Brasileira de Biogás e Biometano destaca que o motivo do incremento foi a entrada de grandes projetos em operação. O maior deles foi o Aterro de Caieiras, em São Paulo, que adicionou 29,547 MW de energia ao sistema. Outro destaque foi o da empresa Raízen, o primeiro projeto a ganhar um leilão de energia com a fonte biogás. O executivo acredita que nos próximos anos, o crescimento do biogás na matriz elétrica vai continuar com o mesmo vigor, já que importantes projetos estão em fase final de implantação e devem ser conectados nos próximos dias, como a CS Bioenergia, que vai utilizar lodo de esgoto para geração de energia elétrica.
Na avaliação da secretária-executiva da associação, Camila Agner D’Aquino, o avanço do biogás é consequência direta do maior conhecimento envolvendo tecnologias de produção de biogás e seus usos finais. De acordo com ela, a associação defende que é viável que o Brasil alcance uma produção diária de 10,7 milhões de m³/dia até 2025. O que representa 13% do volume atualmente desperdiçado de biometano.
A bioeletricidade tem cada vez mais ganhando protagonismo no setor energético em boa medida pelo incremento do biogás. Segundo dados do Boletim Mensal de Energia divulgado pelo Ministério de Minas e Energia, em 2016, a bioeletricidade passou a ser a segunda fonte de geração mais importante na Oferta Interna de Energia Elétrica no país, superando o gás natural.