Nota da Redação: Matéria alterada às 17:16 horas do dia 22 de março de 2017 para correção de informação fornecida pela empresa e depois corrigida sobre o desempenho da tecnologia. O ganho de eficiência é de até 5% e não de 20%, conforme informado inicialmente. Veja a matéria corrigida.
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A ferramenta Wind Digital Farm que a GE lançou na edição de 2015 do Brazil WindPower, evento realizado no Rio de Janeiro, tem conseguido aumentar a eficiência de parques eólicos no Nordeste em até 5%. Essa é a estimativa revelada pela multinacional norte-americana durante o evento transmitido via internet A Energia na Era Digital, que a companhia capitaneou de seu Centro de Pesquisas na Ilha do Fundão, na capital fluminense.
De acordo com o CEO da GE Brasil, Gilberto Peralta, o avanço da tecnologia e da internet das coisas tem permitido, cada vez mais, que haja um controle e acompanhamento mais detalhado da operação de equipamentos do setor elétrico. No caso dessa ferramenta aplicada à geração de energia eólica as informações são obtidas por meio de sensores instalados nas máquinas onde, entre outros dados, são analisados por meio de softwares a velocidade do vento, direção do vento e o vortex causado pelas máquinas. “O sistema busca um melhor posicionamento das máquinas para um melhor resultado em termos de geração, a máquina autoajusta ao processo”, comentou.
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, lembrou que a internet das coisas ajuda o sistema não somente na operação de um parque isoladamente. Esse fluxo de informações proporciona maior agilidade a uma rede como a do Brasil que possui uma grande extensão territorial, cerca de 250 grandes UHEs. E ainda, uma estrutura interligada, que por isso precisa de monitoramento constante em termos de manutenção e capacidade de responder de forma rápida a necessidades de urgência, como reconfigurar o sistema de transmissão, o que traz maior confiabilidade para atender a demanda.
“Se eu perder uma linha de transmissão de uma usina como Itaipu, que tem uma participação importante em termos de abastecimento, o sistema consegue se reconfigurar para minimizar essa perda”, lembrou ele. O executivo comentou que episódios de desligamentos, os chamados apagões, como o de 1999 dificilmente ocorreriam hoje em dia em função do avanço pelo qual o setor passou deste então.
A internet das coisas é vista ainda como uma fonte de informações que pode gerar muitos benefícios para o setor elétrico quando combinada com a tecnologia. Novamente, no foco está a perspectiva de se ter uma operação e manutenção de forma preditiva que segundo estimativas de Peralta, é cerca de 70% mais barato que a corretiva, fator que além de baixar custos, ajuda no planejamento.