A Petrobras reverteu prejuízo de R$ 16,5 bilhões registrado no terceiro trimestre, conseguindo um lucro líquido de R$ 2,510 bilhões no quarto trimestre de 2016. Em comparação com o mesmo período de 2015, quando teve prejuízo de R$ 36,9 bilhões, o resultado é ainda melhor. A empresa registrou um lucro operacional no trimestre de R$ 11,8 bilhões, também revertendo prejuízo operacional de R$ 10 bilhões visto no terceiro trimestre devido, principalmente, ao menor impairment (baixa contábil). Além disso, houve redução de 25% nas despesas financeiras líquidas, aumento de 12% nas exportações, e recuo de 6% nas despesas com vendas e administrativas, e ganho de capital bruto de R$ 2,9 bilhões com a venda da participação no campo BM-S-8 (Carcará).

No ano, a empresa apresentou prejuízo de R$ 14,824 bilhões, contra R$ 34,8 bilhões em 2015, resultado do menor número de impairment. O lucro bruto caiu 8% no ano para R$ 89,978 bilhões. As receitas de vendas da empresa caíram 12% para R$ 282,589 bilhões. No quarto trimestre, a receita ficou em R$ 70,489 bilhões, ante R$ 85,103 bilhões no igual período de 2015.

Segundo Pedro Parente, presidente da companhia, a expectativa de investimento da empresa aumento em 1% para US$ 74,5 bilhões no quinquênio 2017/2021 e o plano de desinvestimento para 2017 e 2018 prevê US$ 21 bilhões, ante a previsão anterior de US$ 19,5 bilhões. Ele lembrou que ficaram pendentes US$ 1,5 bilhão da meta de 2015/216, que fechou em US$ 13,6 bilhões. Os investimentos da empresa caíram 27% para R$ 55,348 bilhões no ano. No quarto trimestre, houve queda de R$ 20,826 bilhões, em 2015, para R$ 14,060 bilhões, em 2016.

Segundo a companhia, apesar do preço de petróleo mais baixo em 2016, da retração do mercado nacional de derivados, com queda de 8% no volume de vendas no mercado interno e da menor geração de energia elétrica, a empresa operou com maiores margens de diesel e gasolina, se comparado ao ano anterior, e reduziu seus gastos com importações, participações governamentais e suas despesas de vendas, gerais e administrativas, bem como despesas financeiras líquidas.

Em termos operacionais, a Petrobras também atingiu, pelo segundo ano consecutivo, sua meta de produção, atingindo 2,144 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo no Brasil e registrou recordes como a produção de 2,9 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), considerando petróleo e gás, no Brasil e no exterior, em dezembro.

Com a maior geração operacional e a redução de investimentos em 32%, a empresa alcançou um fluxo de caixa livre de R$ 41,57 bilhões. O quarto trimestre foi o sétimo trimestre consecutivo de fluxo de caixa livre positivo, demonstrando a maior disciplina de capital que a empresa vem perseguindo.

O endividamento líquido foi reduzido em 20%, passando para R$ 314 bilhões ou US$ 96,4 bilhões, em decorrência da amortização e pré-pagamento de dívidas, utilizando recursos de desinvestimentos e do caixa, bem como da apreciação do real. A gestão da dívida também possibilitou o aumento do prazo médio de 7,14 para 7,46 anos.

O Ebtida, referência bastante utilizada pelo mercado financeiro como uma aproximação da geração de caixa, foi de R$ 24,8 bilhões no último trimestre e de R$ 88,7 bilhões em 2016, 16% superior ao ano anterior. Com isso, a métrica financeira Dívida líquida/Ebtida traçada pela Petrobras no seu Plano de Negócios e Gestão foi reduzida de 5,11, ao final de 2015, para 3,54, ao final de 2016. A meta é que esse indicador chegue a 2,5 vezes o Ebitda no fim de 2018.

A Área de Gás e Energia registrou lucro líquido de R$ 4 bilhões em 2016, ante R$ 817 milhões no ano anterior. A Petrobras reverteu prejuízo de R$ 1,984 bilhão do quarto trimestre de 2015 para um lucro de R$ 2,242 bilhões em igual período de 2016. A área reduziu pela metade os investimentos em 2016 para R$ 4,032 bilhões.