A Renova encerrou 2016 com prejuízo de R$ 1,1 bilhão ante o lucro de R$ 118 milhões de 2015. No quarto trimestre a empresa reportou perdas de R$ 424,6 milhões, aumento de 40,1% ante o mesmo período do ano anterior. O resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo no acumulado do ano, R$ 620,2 milhões ante os R$ 595 milhões positvos de 2015. No trimestre encerrado em dezembro, esse montante de perdas elevou-se em 2%, para R$ 246,9 milhões.

Enquanto a receita operacional líquida no período aumentou 17,9%, para R$ 483,1 milhões, o lucro bruto caiu 85%, para R$ 29,5 milhões em decorrência da disparada dos custos gerenciáveis em 214,5%, para R$ 342 milhões. Outro indicador que apresentou variação significativa no balanço da geradora foi o aumento das despesas financeiras que passaram de R$ 132,1 milhões em 2015 para R$ 402,6 milhões e 2016.

De acordo com a empresa, o principal fator que levou ao aumento dos custos gerenciáveis decorreu da necessidade de compra de energia para revenda que somou R$ 295,6 milhões. Excluindo essa linha do balanço os custos apresentariam recuo de 2% ante o ano anterior, para R$ 46,4 milhões.

Apesar dos números a empresa destaca que em 2016, apesar de um cenário econômico adverso e um mercado de crédito restritivo, várias iniciativas foram realizadas pela Renova que garantiram a sustentabilidade de seus negócios no longo prazo. Essa estratégia, apontou a administração da empresa, já começa a se refletir nos números da companhia e argumenta que foi pautada em quatro pontos principais: execução de projetos em construção, revisão de seu plano de negócios, adequação da estrutura de capital e reestruturação organizacional.

Em termos de revisão do plano de pegócios, a Renova atuou com o intuito de minimizar a necessidade de capex no médio prazo ao reduzir seu portfólio de contratos por meio do cancelamento do projeto Zeus (676 MW) e optando por não participar do projeto LER 2015 (30 MW). Em adição, a Renova postergou o início da operação de 67% do PPA Light II para 2020. "Como resultado cancelamos 706 MW em projetos, reduzindo de forma significativa a necessidade de investimentos e melhorando a posição de liquidez futura", pontuou a empresa.

Em termos de capacidade instalada a Renova tem atualmente 683,3 MW em operação. A estimativa é de avançar até 2019 com 1,2 GW no mercado regulado e 357,6 MW para o mercado livre, ambiente este no qual há mais 200 MW contratados para entrar em operação no ano posterior.

A dívida líquida da Renova fechou 2016 em quase R$ 2,8 bilhões, resultado das dívidas totais de R$ 2,8 bilhões menos as disponibilidades de R$ 36 milhões. Desse valor, R$ 1,1 bilhão é de dívida de curto prazo, que vence em até 12 meses. Contudo, a empresa destaca que maior parte desse valor a ser pago refere-se ao empréstimo para a construçao de Alto Sertão III o qual deverá ser quitado com o empréstimo de longo prazo do BNDES.