A Queiroz Galvão Energia (QGE) projeta a expansão de seu parque gerador nos próximos anos. A empresa possui ativos de geração eólica, biomassa, hidrelétricas e uma PCH e deverá em breve entrar outra fonte, a solar fotovoltaica por meio de parques híbridos no Piauí. O projeto está desenvolvido e estava habilitado para o Leilão de Energia de Reserva que aconteceria em dezembro de 2016. E, ao mesmo tempo se organiza para gerenciar todos os dados por meio de um sistema que integrará todas as informações por meio da implantação de um sistema integrador de dados de geração fornecido pela CGI.
De acordo com o diretor Técnico da empresa, Roberto di Nardo, a perspectiva para a participação no certame do ano passado era positiva por considerarem o parque solar com grandes chances por ser competitivo. Entre os pontos que destaca está a sinergia entre a geração solar que, obviamente, ocorreria durante à noite e a maior incidência de ventos no local que é registrada à noite. Somado a esse fato está a existência de toda a infraestrutura de transmissão local do parque e a conexão com a Rede Básica.
“A Queiroz Galvão Energia é uma empresa nova com cinco anos. Focamos os quatro primeiros anos na implantação de projetos com um investimento pesado para atender nossos contratos. Agora no nosso foco também entra a operação e manutenção desses ativos”, disse o executivo. “Entendemos que o nosso ativo é bem significativo e começamos a ter a necessidade de agregar mais inteligência na gestão desses ativos”, comentou.
A necessidade a que se refere o diretor da QGE vem do fato de que essa diversidade de fontes com a qual a empresa opera gera um volume alto de informações e cada fornecedor de unidade de geração possui um sistema supervisório das operações. Segundo di Nardo, a empresa buscava uma integração entre as informações para administrar esse portfólio que mesmo dentro de uma mesma fonte, como a eólica, possuía dois sistemas diferentes, um da Suzlon e outro da GE/Alstom, as fabricantes de aerogeradores que a companhia tem em seu portfólio.
“Nosso objetivo é de ter relatórios e informações que proporcionem tirar o máximo de produção de energia e obter resultados melhores ao obter mais eficiência dos ativos. Com esses relatórios poderemos orientar as equipes de manutenção a lidar com diversas marcas”, apontou.
O acordo fechado entre a QGE e a CGI engloba no momento os 294 aerogeradores que a companhia possui espalhados em seis parques eólicos. O sistema é o Renewables Management System, que tem por finalidade a gestão centralizada de operação e de desempenho de plantas de geração de energia renovável. No caso da QGE o sistema estará no centro de operações da geradora, localizado em Fortaleza (CE). De lá será possível realizar o monitoramento dos equipamentos que estão no Ceará (86 unidades), Rio Grande do Norte (54 aerogeradores) e o restante no Piauí. No futuro, disse di Nardo, a estimativa é de ampliar esse escopo para todos as unidades de geração da companhia, inclusive a solar.
O valor desse contrato não foi revelado, mas, garante executivo da QGE, o retorno do investimento será obtido rapidamente. Ele relata que o ganho de desempenho dos parques será o responsável por amortizar esse aporte feito. “Terei um ganho no longo prazo, se trouxer ao valor presente líquido tenho um bom dinheiro que estava deixando de ganhar por não ter a melhoria de performance do parque. Esse valor eu estou trazendo para dentro da empresa”, comentou ele. “Além disso, há o custo de manutenção evitado, pois com as informações em mãos de forma mais rápida eu consigo explorar melhor o potencial das máquinas e atuar de forma preventiva”, comentou.
De acordo com o especialista da CGI, Marco Afonso, essa é a segunda empresa que utiliza o RMS no país, sendo a primeira nacional. A outra, que não revela o nome é ligada a um grupo internacional. No total, conta Afonso, o sistema da CGI já monitora cerca de 12 GW em capacidade instalada em 10 países. São 6,5 mil aerogeradores, além de 300 inversores solares e 60 turbinas hídricas. Essa solução, comentou, ele começou a ser desenvolvido há 15 anos considerando a movimentação das fontes renováveis no mundo.
E, apesar de o ano passado não ter sido registrado leilões no país, a CGI aposta nessa ferramenta como uma fonte de crescimento no Brasil diante do potencial que ainda há a ser explorado localmente.