A Light encerrou o ano de 2016 com prejuízo de R$ 313 milhões ante o lucro de R$ 38 milhões do ano anterior. Esse volume teve forte impacto do último trimestre, quando as perdas somaram R$ 194 milhões. O resultado Ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 1,4 bilhão no ano, queda de 11,6% em comparação com 2015. No trimestre somou R$ 494 milhões, aumentou de 29,8%. A margem Ebitda ficou em 16,3% e 22,2%, nas bases anual e trimestral, respectivamente.
O resultado operacional do último trimestre da Light é decorrente da elevação do mesmo indicador da subsidiária Light SESA (distribuidora), que reportou queda nas perdas e nas provisões do PMSO. Foram recuperados em todas as classes de consumo um total de 382,9 GWh nos últimos três meses do ano, ante 90,3 GWh do mesmo período anterior. Tanto no que final do último trimestre de 2016 o mercado faturado da companhia apresentou elevação de 0,6% na comparação com 2015. Esse resultado destoa do indicador anual que apresentou queda de 2,3% em 2016 ante 2015.
Por área de atuação, somente a comercialização apresentou resultado anual positivo, com R$ 86,4 milhões. A distribuição perdeu R$ 184,8 milhões, a geração respondeu por R$ 173,9 milhões em perdas e a divisão de serviços resultou em prejuízo de R$ 23,6 milhões. Nas base trimestral houve a mesma tendência com ganhos de R$ 22,7 milhões na comercialização, distribuição ficou negativo em R$ 6,1 milhões, geração em R$ 185,4 milhões e serviços em R$ 19,3 milhões.
A carga fio da Light na base anual recuou 1,8% para 37.062 GWh e no trimestre o índice ficou negativo de 4,5%, para 9.342 GWh. O mercado cativo regulado faturado da empresa recuou 3,3% no ano e 2,8% no trimestre. A Energia transportada na rede da empresa, que se refere ao mercado livre registrou crescimento de 2,1% no ano e de 15,2% no trimestre. Já o segmento de geração apresentou aumento nas vendas de 3% no ano e de 6,8% no último trimestre de 2016. Outro destaque foi o aumento das vendas de energia por meio da esco e da comercializadora do grupo que aumentou 10,3% e 8,8%, respectivamente.
Um ponto sensível da empresa são as perdas. O indicador total sobre a carga fio foi de 22,54%, redução de 0,85 ponto porcentual ante o apurado ao final do terceiro trimestre. A empresa destaca que é o menor indicador desde setembro de 2012. O DEC apurado foi de 11,7 horas, melhoria de 7,2% e abaixo do limite regulatório. Já o FEC ficou em 6,48 vezes, 0,6% acima do índice de 2015.
Considerando apenas a baixa tensão, as perdas seguem uma curva de redução. Ao final de 2016 o indicador apontou 39,61%, o menor nível reportado no ano e queda de pouco mais de 1 ponto porcentual ao final desse mesmo período de 2015. Para efeitos de comparação em dezembro de 2012 estava em 46,37%. A empresa reportou que a sobrecontratação estava em 106,2%, nível 1,2 p.p. acima do limite regulatório em função da frustração de demanda esperada para o ano.
A dívida liquida consolidada da empresa encerrou 2016 em R$ 6,2 bilhões, aumento de 2,1% e o indicador de covenants que é medido pela dívida líquida sobre o Ebitda alcançou nível de 3,72 vezes, queda ante o índice de 4,16 vezes do final de 2015.
Os investimentos totais no ano somaram R$ 953,2 milhões, aumento de 1%. O segmento de distribuição foi o destino de R$ 659 milhões, 85% do total aplicado e geração com R$ 45,2 milhões, a administração ficou com R$ 66,5 milhões e os aportes em outras empresas somaram R$ 180,6 milhões, sendo R$ 99,9 milhões em Belo Monte, R$ 52,1 milhões na Renova, R$ 2,9 milhões em Itaocara e R$ 25,6 milhões na Guanhães.