A Santo Antônio Energia apresentou um prejuízo líquido de R$ 483,9 milhões em 2016. Em comparação com o ano anterior, a companhia obteve um lucro líquido de R$ 34 milhões, em razão, principalmente, do reconhecimento do Imposto de Renda Diferido no valor de R$ 608 milhões em 2015. Expurgando o efeito do reconhecimento do Imposto Diferido de 2015, o resultado de 2016 apresentou uma melhora de R$ 90 milhões, quando comparado ao ano anterior. A receita líquida aumentou em quase R$ 200 milhões, para R$ 2,8 bilhões. Por sua vez, o resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) variou positivamente em R$ 633,7 milhões, para R$ 1,5 bilhão no ano passado.

A variação da receita da empresa foi o resultado da variação do IPCA, que é o indicador que rege os contratos de venda de energia da companhia e à manutenção da garantia física flat da usina em 2.218 MW médios. A evolução do ebitda, apontou a Santo Antônio, deve-se ao aumento de R$ 198 milhões na receita líquida, redução de R$ 432 milhões nos custos operacionais, impactados principalmente pela redução do FID e GSF e a uma redução das despesas no montante de R$ 4 milhões.
Os custos e despesas operacionais totalizaram R$ 1,8 bilhão em 2016, contra R$ 2 bilhões no mesmo período de 2015. Essa redução, apontou a geradora, é justificada, em grande parte, pela redução dos gastos decorrentes de GSF e FID. A redução do custo com FID de R$ 208,9 milhões em 2015 para R$ 71 milhões em 2016 ocorreu, principalmente, devido à correção da metodologia de cálculo estabelecida na Resolução 614/14 da ANEEL. A redução do PLD médio, que no ano de 2015 foi de R$ 288/MWh e em 2016, de R$ 93,91/MWh, colaborou com a redução do custo com o GSF de R$ 970,3 milhões em 2015 para R$ 115,3 milhões em 2016 ocorreu principalmente devido à repactuação do risco hidrológico, limitando o deficit de geração para o ACR em 7%, sendo que em 2015 foi de 15,49%.
A companhia apresentou um Resultado Operacional de R$ 838,8 milhões no ano de 2016, representando uma melhora de R$ 445,7 milhões quando comparado com o mesmo período em 2015.
Os investimentos realizados em 2016 somaram R$ 537 milhões, montante inferior aos investimentos ocorridos nos anos anteriores, devido à conclusão da usina e foram financiados com capital próprio, geração operacional de caixa e pela liberação de recursos do BNDES e bancos repassadores no valor de R$ 139 milhões. A dívida total da SAE fechou 2016 em R$ 15,1 bilhões, 69% desse valor devido ao BNDES e cerca de 40% por meio de debêntures.
(Nota da Redação: Matéria alterada às 18:25 horas para ajuste no texto no primeiro parágrafo para melhor explicar o efeito do Imposto de Renda Diferido no resultado)