A agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou e simultaneamente retirou os IDRs (Issuer Default Ratings – Ratings de Probabilidade de Inadimplência do Emissor) de longo prazo em moedas estrangeira e local ‘BB’ da Itaipu Binacional. A classificadora informou, em comunicado divulgado ao mercado, que entre as premissas para o cenário de rating de Itaipu estão reajustes tarifários anuais suficientes para cobrir todos os custos operacionais, obrigações com acionistas e serviço da dívida da usina; bem como os investimentos previstos para o próximo triênio, de R$ 38 milhões entre 2017 a 2019.
Segundo a Fitch, o rating de Itaipu reflete o vínculo do perfil de crédito da companhia com o do Brasil, bem como a adequada posição de liquidez da usina e a previsibilidade de seu fluxo de caixa, proveniente do Tratado assinado entre Brasil e Paraguai que estabelece a precificação em dólares para a tarifa a ser cobrada pela empresa, sendo suficiente para cobrir todos os custos operacionais e de manutenção, investimentos e obrigações financeiras. A previsibilidade no fluxo de caixa reduz riscos associados a geração de receita e favorece o perfil de crédito da companhia, segundo afirmou a agência em nota.
Contribuem ainda para a classificação positiva da usina a alavancagem financeira reduzida e "administrável", dado o mecanismo de reajuste de tarifas previsto no Tratado. A Fitch espera que o índice dívida líquida/EBITDA da companhia diminua para 2,0 vezes em 2019. A amortização gradual da dívida até o término do contrato com o Paraguai, em 2023, é outro aspecto que favorece Itaipu. A agência analisou a ausência de riscos hidrológicos e regulatórios entre a usina e o setor elétrico brasileiro, já que a remuneração pela venda da energia considera a capacidade instalada da usina, e não na energia produzida.