Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

Além de eliminar alguns gargalos no cronograma de produção e de escoamento de energia para o sistema, o plano de investimentos da Chesf para 2017, orçado em R$ 1,85 bilhão, será crucial para aumentar a geração de caixa da companhia. A intenção da estatal é, até o mês de dezembro, acelerar a conclusão de uma série de projetos que se encontravam parados há anos por falta de recursos e, com isso, elevar as receitas internas. Na avaliação do presidente Sinval Gama, somente com o crescimento nos recursos próprios a companhia conseguirá fazer frente aos empreendimentos programados para os próximos anos.

“Atualmente, em razão da rearrumação do mercado financeiro pela crise econômica, não há mais linhas de crédito em quantidade suficiente para atender às necessidades do setor. Acreditamos que, com os projetos que conseguiremos concluir este ano, os recursos que eles vão gerar contribuirão para os investimentos futuros”, afirmou o executivo, durante conversa com a reportagem da Agência CanalEnergia. Antes de contar com uma geração própria mais robusta, a empresa recorreu aos recursos federais viabilizados por intermédio do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, para tocar as obras pontuais.

Dos R$ 1,85 bilhão já em execução, a maior fatia, de R$ 700 milhões, irá para uma série de projetos de transmissão até então parados por falta de verba. Serão destravadas a linha Eunápolis – Teixeira de Freitas (230 kV / BA) e subestações em Mossoró (RN), Morro do Chapéu (BA), Poções (BA) e Jaboatão dos Guararapes (PE), entre outras. A área de geração receberá um aporte de R$ 120 milhões, que será alocado na conclusão dos parques eólicos Casa Nova II e Casa Nova III (232 MW / BA), em unidades solares em Bom Nome (PE) e Bom Jesus da Lapa (BA) e em projetos de P&D nos lagos de Sobradinho e Petrolina.

O plano de obras para 2017 prevê ainda investimentos nos ativos já existentes da companhia. Em transmissão serão aportados R$ 200 milhões em melhorias no conjunto de subestações e em geração serão mais R$ 50 milhões na modernização dos parques hidrelétricos e eólicos. A estatal irá aplicar outros R$ 80 milhões em diversas ações voltadas à infraestrutura operacional, incluindo automação em sistemas de controle e de segurança. Segundo Gama, assim que os recursos foram autorizados pelo governo federal, a Chesf procurou garantir o fornecimento de máquinas e equipamentos junto às empresas fabricantes.

SPEs – Além dos projetos próprios, a companhia vai destinar R$ 700 milhões em três Sociedades de Propósito Específico (SPEs) nas quais atua com parceiros na construção das hidrelétricas de Belo Monte (11.233 MW / PA), Jirau (3.750 MW / RO) e Sinop (400 MW / MT). Algumas das SPEs da empresa, aliás, serão transferidas para duas novas empresas a serem criadas pela Eletrobras dentro do processo de privatização que a holding executará no meio do ano. Gama não adianta quais ativos da Chesf serão envolvidos no negócio, mas ressalta que a operação irá abater parte da dívida vultuosa que a empresa detém com sua controladora.

O executivo se mostra preocupado com o atual perfil da dívida da empresa, fortemente concentrada no curto prazo. Do total de R$ 1,9 bilhão em vencimentos, aproximadamente R$ 1,5 bilhão se referem a pagamentos programados para os anos de 2017 e 2018. “Num cenário de crise econômica, escassez de recursos e financiamentos e com muitas das nossas dívidas vencendo até o ano que vem, a saída que temos hoje é vender ativos. Somente assim conseguiremos executar os projetos previstos”, sinalizou o presidente da Chesf. Os investimentos da empresa para 2018 somam R$ 914 milhões.