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O novo diretor-geral da metade brasileira em Itaipu, Luiz Fernando Vianna, assumiu oficialmente o cargo nesta segunda-feira, 27 de março, em evento realizado na capital paranaense. No foco de sua atuação estão responsabilidades que tratam da maior atualização da maior geradora de energia do mundo e o inicio do delineamento do chamado Anexo C do tratado de 1973, que tratará da energia da central após a amortização do financiamento da UHE.
De acordo com o executivo, que transfere nesta tarde o cargo de diretor presidente da Copel para Antônio Guetter, a atualização das 20 máquinas da usina será feita de forma individual e deverá levar até seis meses cada, durante o processo regular de manutenção de cada unidade. Segundo ele, uma revisão geral feita recentemente na UG 6 apontou que os equipamentos no que se refere à situação eletromecânica demonstrou que as condições das UGs são “muito boas”. E que, “por esse motivo não será necessário desmontar todas as máquinas, o que ajudará a providenciar a atualização tecnológica ao passo que se faz a manutenção normal das unidades de geração”.
Vianna destacou ainda que esse trabalho de atualização, que deverá demandar recursos de cerca de US$ 500 milhões será feito de forma sequencial mas sempre com o cuidado de manter a alta produção de energia, mirando ainda, se as condições hidrológicas ajudarem, a bater novos recordes de geração, como o obtido em 2016.
O outro tema que está no foco da nova gestão é o início das tratativas da revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que vence em 2023. Apesar de ainda haver seis anos para o prazo de encerramento dos termos atuais, Vianna lembrou que o planejamento do setor é feito anos antes e que faz todo sentido começar agora essas discussões. “Temos contratos de comercialização de energia que são fechados cinco anos antes como no A-5”, exemplificou. “Faz todo sentido começarmos a pensar no longo prazo, pois se fossemos pensar nesse prazo, no ano que vem já poderíamos ter novos contratos fechados para 2023”, lembrou.
Contudo, ainda é cedo para apontar qualquer orientação que essas discussões deverão tomar. O processo começará com uma reunião entre Vianna e sua equipe e seus pares do lado paraguaio da usina. Em sua avaliação, pelo histórico de parceria entre as duas partes da Itaipu Binacional, a tendência é de que essa transição seja tranquila.
Vianna é o décimo diretor geral do lado brasileiro de Itaipu. Ele sucede a Jorge Samek que esteve o cargo por pouco mais de 14 anos. Ele destacou em seu discurso no evento oficial de posse que a transição foi tranquila, competente e gentil onde teve acesso e conhecimento a todos os dados da usina. E que sua meta além das duas já citadas ainda passam por manter todos os índices de produtividade e eficiência apresentados pela usina.
Ele assegurou ainda que para sua gestão as metas passam pela valorização do quadro de colaboradores, respeito na relação com o Paraguai, que é um exemplo exitoso de cooperação internacional, e ainda, dar continuidade aos programas de desenvolvimento tecnológicos que a empresa vem tocando nos últimos anos como o de veículos elétricos.
O Ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, por sua vez, ressaltou a dedicação do ex-diretor Jorge Samek e que acredita que o nome de Vianna para a sucessão é acertada para o setor e o momento pelo qual este passa. E destacou que Itaipu é o exemplo de sucesso de integração energética que deve ser aplicado, em menor escala, em outras parcerias, como com a Bolívia e Argentina. “O futuro da energia é, sem dúvida, poder ter uma América do Sul conectada e dentro de bases de lógica econômica, ao dar o sentido de preços corretos para que não possamos ver as distorções de preços atuais e ver a produção penalizada”, discursou.
*Enviado Especial