Por maioria dos votos (58,81%), os acionistas da CPFL Energia decidiram retirar as ações da companhia do mercado de capitais. O tema foi deliberado na última segunda-feira, 27 de março, em Assembleia Geral Extraordinária (AGE). Alguns acionistas (10,51% do capital votante) foram contrários a realização da Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA), proposta pelo novo acionista controlador, a State Grid Brazil. Participaram da AGE 70,77% do capital total votante da companhia, sendo que 0,88% se absteve.

Com esse resultado, a State Grid Brazil dará continuidade a OPA, que tem objetivo de adquirir a totalidade das ações ordinárias pulverizadas no mercado. A empresa cancelará o registro de companhia como emissora de valores categoria "A", convertendo-a para categoria "B", bem como sairá do segmento de listagem do Novo Mercado da BM&FBovespa. Ao trocar de categoria, a empresa deixará de negociar ações e certificados de depósito de ações ou valores mobiliários. Contudo, poderá continuar a emitir outros instrumentos de captação de recurso no mercado de capitais, como debêntures, nota comercial, título de investimento coletivo, entre outros.

O preço por ação da CPFL Energia será de 25,51 e da CPFL Renováveis, de R$ 12,20, sujeito aos ajustes previamente informados. Agora, a State Grid aguarda a análise da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para divulgar o dia exato da OPA Unificada, que tem essa denominação porque são mais de uma oferta com objetivos distintos: OPA por Alienação de Controle, OPA para Conversão de Registro e OPA para saída do Novo Mercado. As duas últimas podem ser canceladas caso o preço de oferta seja menor que o valor justo das ações apurado no laudo de avaliação a ser elaborado.
 
O banco Credit Suisse (Brasil) será o responsável pela elaboração do laudo de avaliação do valor econômico das ações da CPFL Energia para os fins da OPA Unificada, por decisão de 25,16% dos acionistas com ações em circulação.

O grupo chinês State Grid Corporation Of China (SGCC) se tornou o novo controlador da CPFL energia após comprar 54,64% do capital total da elétrica brasileira, pelo valor de R$ 14,2 bilhões. A OPA tem potencial desembolso adicional de R$ 11,8 bilhões. Com a aquisição, o grupo CPFL passa a ser a maior subsidiária da SGCC fora da China.