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O grupo Energisa, composto por 13 distribuidoras em todas as regiões do país conseguiu colocar oito dessas concessionárias entre as dez melhores do país de acordo com ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica. Na categoria de atendimento acima de 400 mil consumidores, que tem um universo de 32 empresas, foram cinco classificadas, já entre as companhias com menos de 400 mil clientes estão outras três distribuidoras do grupo. Dentre as 62 empresas avaliadas, as que mais subiram de posição foram as adquiridas no processo de compra do Grupo Rede.

Os maiores destaques, disse o vice presidente do segmento de distribuição da Energisa, Carlos Ferreira, foram a Mato Grosso que passou da 24ª posição para 8ª e a Mato Grosso do Sul que avançou 11 posições e chegou à quarta colocação. Tanto nessas duas quanto nas outras seis controladas, o executivo apontou que o crescimento é resultado de ações e investimentos que visaram a melhoria de processos e de cultura por meio de um modelo de gestão da holding. “Quando chegamos no Rede todo esse planejamento estratégico não era forte. A forma que se estabeleciam as metas e o acompanhamento das ações não eram feitas com detalhamento como fazemos na Energisa”, comentou o executivo à Agência CanalEnergia.
Além disso, Ferreira acrescentou que de certa forma o Grupo Rede não fazia os investimentos necessários. Um fator que se reverteu com a chegada dos atuais controladores. Ele apontou que ao longo dos últimos três anos, desde que a Energisa assumiu, promoveu o saneamento financeiro das concessionárias e vem realizando um robusto e crescente programa de investimentos. “Chegamos em 2014, assumimos as concessões em abril daquele ano e tivemos que fazer o planejamento e  investimentos de forma assertiva, entender onde o precisaríamos aplicar e ter o melhor retorno”, disse ele. “Quando olhamos e comparamos os valores de 2014 para 2015 temos um grande crescimento dos aportes assim quando colocamos 2015 e 2016”, exemplificou.
Nos cálculos do executivo, no ano de 2014, somente nas empresas que chegaram ao grupo com a aquisição do Rede foram feitos aportes de R$ 708 milhões no volume anualizado. No período seguinte, em 2015 esse montante somou R$ 1,173 bilhão, elevação de cerca de 65%. Nos nove meses de 2016 ante o mesmo período de 2015 o montante ficou 26% maior. E apontou que esse indicador é o dobro da média de crescimento de investimentos do grupo. Em geral, o maior destino de investimentos entre as empresas do grupo, comentou o VP de Distribuição da Energisa, ocorreu nas empresas da região Centro-Oeste.
Os recursos têm sido implantados na modernização da rede da empresa com aparelhos mais atualizados e em pessoal. Antes, comentou ele, a proporção entre pessoal próprio e terceiros era de 30% para 70%. Hoje, continuou, esses índices foram invertidos. Um dos motivos para aumentar a internalização dos colaboradores passou justamente pela necessidade de se combater perdas e atendimento ao cliente contando com ganhos em sinergia e redução de custos. A frota também deixou de ser terceirizada, foi modernizada e adaptada onde necessário, como na região do Pantanal, ação que ainda está em andamento.
Nesse escopo está ainda a automação de subestações e de chaves, bem como centralizar o centro de operação. “Em religadores tivemos um aumento de quatro a cinco vezes o que existia em 2014. Aceleramos o processo significativamente, pois sabíamos que tínhamos metas de melhorar indicadores de qualidade e que para isso precisávamos fazer alguma coisa”, testemunhou. “Quando não está tão automatizado fica difícil essa ação, tanto na duração do desligamento quanto nas vezes que ocorre o problema”, apontou. Hoje, mais de 90% dos clientes de grupo A são telemedidos, cerca de 15 mil unidades.
Riberto Barbanera, diretor presidente, Administrativo e de Controles da distribuidora mato-grossense disse que o foco na região está em três frentes, além da modernização da rede e frota está a necessidade de telecomunicações. “As pessoas começam a perceber que a empresa está investindo e isso traz motivação”, acrescentou.
Por sua vez, Gioreli de Sousa Filho, diretor presidente, Administrativo e de Controles Energisa Mato Grosso do Sul, destacou que outro caminho importante para a empresa é o investimento em capacitação. Na distribuidora em que está à frente,  contabilizaram 340 mil horas de treinamento em três anos. “É o mesmo que termos treinado 57 colaboradores todos os dias durante esse período”, comparou.  E ainda, que a questão cultural foi importante para integrar as equipes pois era uma empresa departamentalizada.
Contudo, os executivos ainda reconhecem que há um caminho a percorrer, principalmente em empresas que estão com indicadores de perdas acima do limite regulatório da Aneel. No balanço do ano de 2016 da Energisa, de 13 empresas, quatro estão com perdas mais elevadas, entre elas a concessionária do Mato Grosso. O limite estabelecido pela agência reguladora é de 13,69% e a empresa está com 15,44%, a maior parte refere-se a perdas técnicas, com 9,82% que superam os 5,62% das não técnicas. Já em relação ao DEC e FEC os indicadores de 12 meses encerrados em dezembro estão dento dos parâmetros indicados pela Aneel. Nesses quesitos apenas a concessionária de Tocantins (ex-Celtins) e a Caiuá apresentam índices acima. Segundo Barbanera, o plano da empresa é de trazer as perdas para o limite regulatório ainda em 2018.