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As mudanças regulatórias e a variação dos preços do mercado são os fatores de risco mais relevantes do setor elétrico brasileiro. Essa é a percepção de todos os participantes de pesquisa sobre gestão de riscos do setor na força tarefa do Comitê de Regulação e Mercados do Cigré-Brasil. A pesquisa é de 2015 que contou com a participação de 30 empresas. O foco é discutir as melhores práticas e recomendações para a gestão de riscos de mercado no setor.

A percepção das empresas é que, nos últimos anos, os riscos regulatórios e de variação dos preços impactaram de maneira significativa diversos segmentos do mercado, gerando inclusive algumas distorções importantes e aumentos de custos. Com relação especificamente ao risco de variação de preços, o desempenho hidrológico, o nível de atividade econômica (resultando, por exemplo, em redução significativa da carga de energia), e o despacho fora da ordem de mérito devem ser os principais motivos da relevância desse fator de risco.

Segundo Henrique Felizatti, da Dcide, empresa que conduziu a pesquisa, a gestão de risco nas empresas tem tomado cada vez mais importância, tanto que as companhias que responderam às perguntas, mostram que estão preocupadas com a adoção de ferramentas de mitigação de riscos. E exemplifica que entre o grupo pesquisado, 66% da amostra afirma que possuem ações de hedge para gerir o risco e as ferramentas mais utilizadas são a compra e venda de energia com base na curva forward para 81% da amostra e a adoção de swaps de energia ao longo do tempo para 47%. A menor parte, 3% do grupo recorre à contratação de seguros. Outro resultado que mostra ações de gestão de riscos é que 57% das respondentes indicaram que fazem marcação de mercado.

A pesquisa foi enviada para 150 empresas que atuam no mercado de energia entre geradores, comercializadores e consumidores. O público-alvo foram empresas com alto grau de maturidade na gestão de risco de mercado e mais ativas no ACL.

No total, 32 participantes responderam o questionário em sua totalidade. Em termos de faturamento mensal, 68,75% das empresas faturam mais de R$ 50 milhões por mês e 71,87% comercializam mais de 200 MW médios por mês, indicando que a amostra reflete principalmente empresas de grande porte e com grande representação no mercado de comercialização de energia elétrica. Outras características importantes incluem o fato de que a maioria das empresas que compõe a amostra atua exclusivamente no Brasil (59,38%) e metade das empresas possuem ações em alguma bolsa de valores, ou seja, possuem práticas de governança.

A maioria dessas empresas, 60% dos participantes, classifica como “Baixo” ou “Muito baixo” o grau de sistematização da gestão de risco, seja porque grande parte de suas atividades são realizadas manualmente ou porque não existem estruturas de processos específicas para gestão de riscos. Interpreta-se como baixo grau de sistematização o fato de que muitas das empresas utilizam planilhas como a principal ferramenta para análise de risco, como apontado por 75% das companhias consultadas.