A Eletrobras estuda vender participação em 110 Sociedades de Propósito Específico. De um total de 178, essas são as que estão em operação no momento. A medida faz parte do plano de desinvestimento da estatal. De acordo com o presidente da empresa, Wilson Ferreira Junior, a contratação de um banco para fazer a modelagem dos negócios deve ser anunciada nos próximos dias. Em reunião com investidores na sede da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais do Rio de Janeiro, o executivo revelou que a opção por dividir as SPEs em blocos de geração e transmissão será mais adequada para o êxito da operação. "Não vamos fazer uma coisa descoordenada. Juntamos a participação em um bloco de eólicas e outro de transmissão. Em vez de 100 negociações, vamos fazer duas", avisa.

Com os recursos das vendas, a Eletrobras espera quitar dívidas de curto prazo que as controladas têm com ela. No curto prazo, ela é de R$ 2,5 bilhões. Quanto as outras 68 SPEs que não estão em operação, Ferreira Junior dá como solução a devolução da participação mediante multa, inscrevê-las em um leilão de descontratação ou mesmo retomar a sua obra, caso de LTs da Chesf.

Fora dos leilões até 2019, o presidente da estatal vê a sua retomada apenas em projetos estruturantes. Segundo ele, essa é a sua verdadeira vocação. A fonte eólica, campeã de contratação nos leilões e a solar, que começa ser comercializada, não gozam da preferência dele. “Eólica vai depender da venda das SPEs”, explica. Wilson também revelou que aconteçendo uma eventual solução para a usina de Angra 3 demoraria pelo menos um ano e meio para que se começassem as obras e outros quatro para que ela fosse terminada, ficando apta apenas em 2023.