A Eletrobras poderá avaliar a venda de ativos até acima da atual necessidade de R$ 4,6 bilhões que é o valor restante para que a companhia alcance a meta de R$ 6 bilhões estabelecida para a amortização da dívida cara que a empresa carrega. Os estudos para determinar a modelagem e os empreendimentos que farão parte dessa desmobilização ainda estão em andamento e deverão terminar em julho.

“Meu objetivo é de R$ 6 bilhões, mas tem menos R$ 1,2 bilhão da venda da Celg, e R$ 200 milhões em ativos imobiliários então ainda tenho R$ 4,6 bilhões que posso fazer com os blocos de ativos de eólicas, transmissão e onde temos a opção de tag along”, afirmou o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, após reunião com analistas e investidores promovida pela Apimec-SP. Nesse âmbito o tag along estão as participações da estatal nas UHEs Belo Monte e Santo Antônio.

Apesar desse posicionamento ele não descartou que se houver um maior interesse por parte dos investidores nos ativos que serão negociados a estatal poderá vender mais do que os R$ 6 bilhões. E que isso não deixará de ser avaliado pela companhia.

O executivo voltou a comentar que a necessidade da empresa é de eliminar essa dívida que tem um custo mais elevado para a empresa. Ele lembrou que o valor de débitos da companhia aumentou de R$ 37 bilhões para R$ 43 bilhões mas que as despesas financeiras aumentaram 60%, resultado justamente do custo mais elevado com juros. “A meta é fazer o pagamento desses valores que tem um custo mais elevado”, disse.

O executivo disse que seria muito mais prático e fácil para a Eletrobras se pudesse colocar em processo de negociação para desinvestir as 26 participações que detém em outras companhias de capital aberto. Esse conjunto de ativos, continuou, seria de muito mais fácil avaliação porque há um valor de mercado que são as ações dessas empresas nas mãos da estatal. Contudo, esses papeis já foram dados em garantia para empréstimos compulsórios e que, por isso, restou à estatal vender ativos que estão em SPEs.