A agência de avaliação de risco Moody’s América Latina atribuiu grau de investimento à proposta de emissão de R$ 1 bilhão em debêntures sem garantia da AES Tietê Energia, produtora de energia que explora nove hidrelétricas e três pequenas centrais no Estado de São Paulo. Os ratings atribuídos Ba2 e Aa1.br em escala global e nacional, respetivamente, estão com perspectiva estável.
 
Segundo a agência, os ratings refletem a alavancagem relativamente, bem como o acesso resiliente da empresa aos mercados bancários e de capitais locais com administração prudente do negócio de geração. Os ratings da AES Tietê são limitados por pressões de investimento (capex) provenientes da obrigação contratual para ampliar a capacidade de geração em 15% no Estado de São Paulo, bem como pelo elevado pagamento de dividendos e saída potencial de caixa (R$ 315 milhões, provisionada em dezembro de 2016) devido à disputa judicial sobre a exposição ao mercado spot (GSF) durante a crise hidrológica.
 
Serão emitidas 1 bilhão de debêntures com valor nominal unitário de R$ 1,00, com prazos de vencimentos de 5 anos para primeira séria e de 7 anos para a segunda séria. Os recursos serão utilizados para o refinanciamento da dívida da companhia. A AES Tietê explicou que o valor nominal unitário das debêntures da primeira série não será atualizado monetariamente. A segunda série será atualizado pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A primeira e a segunda séries terão dois pagamentos principais, 50% no penúltimo ano do prazo (2021 e 2023, respectivamente) e o restante no vencimento (2022 e 2024, respectivamente).
 
As debêntures terão cláusulas de vencimento antecipado (cross-default), entre elas, o emissor não poderá deixar de pagar qualquer obrigação financeira acima de US$ 25 milhões, ou descumprir os covenants financeiros por dois trimestres consecutivos (dívida líquida/Ebitda igual ou inferior a 3,5x e, se a AES Tietê realizar qualquer aquisição, o índice será de 3,85x durante 36 meses após a conclusão do acordo). O cross-default também será acionado em caso de mudança do controlador da empresa; rescisão de contrato de concessão, celebração de empréstimos entre companhias por até 180 dias sem aprovação dos credores ou pagamentos de dividendos acima do mínimo exigido pela lei brasileira. 

A AES Tietê é uma companhia de geração de energia hidrelétrica com 30 anos de concessão, concedida em dezembro de 1999, para operar uma capacidade instalada de 2.658 MW, equivalente a aproximadamente 2% da capacidade instalada do Brasil e 1.278 MW de capacidade média assegurada.  Conforme reportado no final do ano de 2016, a AES Tietê tem 88% de sua energia contratada para 2017 e não aderiu à Lei 13.203 (MP688/15) que oferece hedge contra o risco hidrológico por um prêmio conforme negociado com o regulador, Aneel. A Moody1s espera que a companhia mantenha uma posição não contratada entre 10% e 15% por meio da gestão de seu portfólio.

O rating é a nota dada a uma empresa, país, ou operação financeira para medir o risco de crédito. Serve para indicar a capacidade de uma instituição pagar suas dívidas. Os investidores usam essa informação para apoiar decisões na hora de aplicar dinheiro.