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Um grupo da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica que acompanha e analisa as mudanças regulatórias no setor elétrico recebeu a missão de elaborar um diagnóstico da situação atual do mercado de curto prazo e propor soluções para reduzir os impactos financeiros do déficit de geração hídrica. A avaliação da Abrage é de que é necessário encontrar alternativa urgente para solucionar o problema e resolver o impasse resultante das ações judiciais que travam o funcionamento do mercado.

A atuação do grupo como uma força tarefa foi aprovada no último dia 30, em Assembleia Geral realizada pela associação em Brasília. A pauta de discussões inclui a situação energética do Sistema Interligado, em razão das chuvas abaixo da média no período 2016/2017; o aumento da geração termelétrica sinalizado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico e a previsão da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica em relação à geração das hidrelétricas abaixo da quantidade de energia contratada dessas usinas.

Na semana passada, a CCEE anunciou que o impacto financeiro do déficit de geração pode atingir em dezembro R$ 21 bilhões, considerando o valor médio do Preço de Liquidação das Diferenças de R$ 250/MWh e um GSF de 0.84 (ou seja, uma diferença de 16% entre a produção prevista e a gerada pelas hidrelétricas). Do total, R$ 14 bilhões são de contratos do mercado regulado cujo risco hidrológico foi repactuado pelos geradores. O restante está relacionado aos contratos no ambiente de livre comercialização, que tem até agora R$ 1,6 bilhão em pagamentos suspensos por liminares judiciais.

Para a Abrage, além de soluções já negociadas como o parcelamento dos débitos e a prorrogação de concessões, a superação do impasse criado pela enxurrada de ações judiciais também exige a reavaliação de outros fatores que têm agravado a exposição dos geradores pelo GSF, como a geração térmica fora da ordem do mérito por motivos energéticos e elétricos, a importação de energia e a entrada de energia de reserva. O assessor técnico da associação, Tarcízio Celso de Castro, acredita que além da questão conjuntural o aspecto estrutural do problema deve ser considerado.