O Índice Comerc Energia, que cobre doze setores da economia, registrou uma queda de 1,58% entre fevereiro de 2017 e o mesmo mês de 2016 e de 1,63% no consumo acumulado no primeiro bimestre do ano. Chama atenção, em particular, a queda de 18,9% no consumo da categoria de Materiais de Construção, considerando o acumulado no primeiro bimestre de 2017 frente ao mesmo período de 2016.

“O segmento vem registrando quedas sucessivas nos últimos meses”, afirma Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc.
O Índice Comerc Energia, publicado mensalmente, leva em conta o consumo das cerca de 1.300 unidades na sua carteira, pertencentes a mais de 700 grupos industriais e comerciais que compram a energia elétrica no mercado livre. O índice se mostra em linha com os principais indicadores oficiais.

Os dados revelados em 7 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o PIB do setor da Construção sofreu uma retração de 5,2% em 2016. Também de acordo com o IBGE, o segmento assistiu no ano passado uma redução de 2,8% da ocupação de sua mão de obra (PNAD contínua/IBGE).

Para José Romeu Ferraz Neto, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), no entanto, a queda apontada pelo IBGE dimensiona apenas uma parcela da extensão da retração vivida pelo setor no ano passado. “Somente a atividade das construtoras formais caiu 18,2% em 2016, de acordo com o Índice Nacional de Atividades da Construção Civil”, afirmou o dirigente do setor no site da entidade.

Fim das férias –
Apesar do desempenho fraco do setor de materiais de construção, há sinais de aumento do consumo de energia entre fevereiro de 2016 e fevereiro de 2017 em seis das doze categorias monitoradas pelo Índice. Quando se olha apenas para o mês de fevereiro de 2017, há um aumento esperado na demanda de energia sobre janeiro de 2017, relacionado à retomada das atividades de diversos setores. Mesmo com menos dias no mês, fevereiro apresentou alta de 2,80% no consumo. Onze das doze categorias monitoradas pelo Índice Comerc Energia registraram aumentos.

“O movimento de alta de consumo de energia em fevereiro é sazonal”, pondera Vlavianos. “Esse aumento indica que as empresas estão retomando sua produção em um ritmo mais forte depois das festas de final do ano, quando muitas adotam férias coletivas, com consequente queda na produção”, argumenta. À exceção de Siderurgia e Metalurgia, cuja retração na demanda foi de 0,66%, todos os demais segmentos apresentaram aumento no consumo de energia em relação a janeiro, sendo que, em cinco deles, o aumento foi superior a 5%. Além disso, nos últimos doze meses, o consumo de energia oscilou bastante de um mês para o seguinte, o que demonstra um movimento hesitante na retomada da atividade econômica.