O atual ritmo de avanços em três metas globais de energia não avança ao ritmo necessário para que possam ser atingidas em 2030. Os dados constam de relatorio do Global Tracking Framework (GTF) divulgado em Nova York pelo Banco Mundial e pela Agência Internacional de Energia. O levantamento aponta que mais de um bilhão de de pessoas não tinham acesso à eletricidade em 2014 e há países na África onde a taxa de eletrificação está caindo.
O relatório mostra que o aumento de pessoas com acesso à eletricidade está mais lento. Se essa tendência não for revertida, as projeções são de que em ao final da próxima década, 8% da população não terão energia elétrica. Ou seja, o mundo não alcançará a meta de acesso universal à eletricidade. Entre os eixos analisados, apenas a eficiência energética progrediu: a quantidade de energia economizada durante os anos de 2012 e 2014, período abordado no relatório, equivale ao necessário para abastecer o Brasil e o Paquistão combinados.
Para atingir os objetivos de Energia Sustentável para Todos, estima-se que o investimento em energia renovável deveria aumentar de duas a três vezes, enquanto o em eficiência energética teria de aumentar em de 3 a 6 vezes. Estimativas sugerem que um aumento geral de cinco vezes seria necessário para alcançar o acesso universal até 2030.
Apesar do avanço em renováveis, o progresso global é considerado modesto. Embora as novas tecnologias de geração de energia, como a eólica e solar, estejam crescendo rapidamente, representando um terço da expansão do consumo de energia renovável em 2013-2014, este crescimento está se dando a partir de uma base pequena, apenas 4% do consumo de energia renovável em 2012. O desafio, apontou o relatório é aumentar a dependência das energias renováveis nos setores de aquecimento e de transportes, que representam a maior parte do consumo global de energia.
Alguns países de baixo acesso fizeram progressos rápidos, aumentando a eletrificação de dois a três pontos percentuais anualmente, como o Quênia, Malawi, Sudão, Uganda, Zâmbia e especialmente Ruanda. Outros, como o Afeganistão e o Camboja, estão progredindo rapidamente graças ao maior uso da energia solar fora da rede, destacando como as novas tecnologias podem impulsionar o progresso. Na avaliação do Banco Mundial, os países que estão reduzindo rapidamente a exclusão serão beneficiados por melhorias na educação, na saúde, no emprego e no crescimento econômico.
Na avaliação de Rachel Kyte, CEO e Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para a Energia Sustentável para Todos, se o mundo quiser tornar em realidade o acesso a energia limpa, acessível e confiável, a ação deve ser conduzida por meio da liderança política. E ainda, que esses dados são um alerta para que os líderes mundiais tomem medidas mais urgentes e focadas no acesso à energia, melhorando a eficiência e o uso das energias renováveis para atingir os objetivos.
Em sua terceira edição, o relatório mede o progresso de 2012 a 2014 em três metas globais de sustentabilidade: acesso universal à eletricidade e cozimento limpo, dobrando a taxa global de melhoria na eficiência energética e dobrando a participação das energias renováveis no mix energético global até 2030.