O investimento total das empresas estatais federais no ano passado retrocedeu a níveis de 2008, de acordo com a mais recente edição do Boletim das Empresas Estatais produzido pelo Ministério de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Divulgado na última terça-feira (4) pelo ministro Dyogo Oliveira, o documento mostra que, em 2017, foram executados R$ 56,5 bilhões em investimentos pelas 154 empresas analisadas, o que representa 74% do orçamento total aprovado para o período, de R$ 76,2 bilhões. É o menor patamar de execução de investimentos desde 2008, quando as estatais investiram R$ 53,5 bilhões. O maior nível foi alcançado em 2013, com R$ 113,5 bilhões.

Dos R$ 56,5 bilhões de fato investidos pelas estatais federais no ano passado, 85% do valor foram aplicados pelo Grupo Petrobras, incluindo a holding e suas subsidiárias nas áreas de dowstream, distribuição de combustíveis, transporte de gás natural e geração de eletricidade. O Grupo Eletrobras respondeu com uma fatia de 7% dos investimentos das estatais em 2016, também considerando a matriz e as empresas subsidiárias. Estão incluídas aí as grandes geradoras de energia como Furnas, Chesf, Eletronorte, Eletrosul, CGTEE e Eletronuclear, e ainda as distribuidoras estaduais, caso de Ceron, CER, Cepisa, Eletroacre, Ceal e Amazonas Energia.

O boletim retrata ainda a evolução do endividamento no conjunto de empresas, cuja escala crescente impressiona. De acordo com o estudo, as estatais saíram de dívidas totais (incluindo empréstimos e financiamentos) da ordem de R$ 142 bilhões em 2009 para R$ 544 bilhões no ano passado, dos quais cerca de R$ 500 bilhões vinculados apenas ao Grupo Petrobras. O quadro de pessoal efetivo no conjunto de empresas caiu em 2016 na comparação com 2015, passando de 552.989 pessoas para 530.922 pessoas no ano passado. O setor de energia responde com o maior número de empresas estatais federais, totalizando 87, entre controladoras e controladas.