A Schneider Electric, multinacional de origem francesa, está com uma atuação focada no crescimento orgânico na América do Sul. A empresa não abre números por país, mas estima cerca de 1 bilhão de euros em termos de receitas no consolidado de 2016. O Brasil, maior mercado na região, responde por cerca de 60% dos negócios na porção meridional do continente americano. A multinacional afirma que confia na manutenção do crescimento dos negócios na região, onde em 2017 completará 70 anos de presença, que foi iniciada justamente no país.
De acordo com o CFO da Schneider Electric, Emmanuel Babeau, a companhia acredita que os mercados deste continente possuem boas perspectivas de crescimento dos negócios para a companhia. E no foco de atuação está a oferta por novos produtos que podem conectar os clientes por meio da internet e com isso proporcionar uma maior produtividade. “É produzir mais com menos, produzir de maneira mais sustentável em um ambiente cada vez mais complexo com automação, clientes mais conectados e maior complexidade ao mesmo tempo que vemos o aumento da demanda por energia nas residências e o advento do veículo elétrico e colocar tudo isso junto. É um aumento da sofisticação de como se consume energia”, comentou ele.
Dentre os quatro principais segmentos de negócios nos quais a empresa divide seu ramo de atuação (edificações, Indústria, Infraestrutura e Tecnologia da Informação) o executivo indica que o maior potencial pode ser alcançado no primeiro, justamente pelo fato de ainda haver um grande potencial de implementação de ações de eficiência energética. Segundo presidente da Schneider para América do Sul, Tania Consentino, a estimativa é de que há potencial de 82% de redução de consumo por meio dessas medidas. Na indústria esse indicador é menor, mas mesmo assim está na casa de 50%.
A companhia não abre números sobre investimentos diretos. Mas segundo Babeau, de um total de cerca de 25 bilhões de receitas obtidas no ano passado, 1,3 bilhão de euros, cerca de 5% são destinados a investimentos. E a destinação dos aportes depende da participação de cada uma das zonas (como a empresa classifica as diferentes geografias em que atua). “A América do Sul tem aportes de acordo com o seu tamanho na empresa”, disse ele. Contudo, esses números não são totalmente fixos. Babeau afirmou que nos volumes de investimentos não estão consideradas aquisições de companhias na região. “Claro que se houve alguma oportunidade interessante para a companhia nós analisamos”, acrescentou.
Em termos mundiais, no ano passado o segmento de edificações da Schneider apresentou o maior montante de receitas com 10,7 bilhões de euros, um crescimento de 0,3%, seguido por Indústria com 5,5 bilhões de euros, Infraestrutura com 5 bilhões de euros e Tecnologia da Informação com 3,5 bilhões de euros. No geral, houve uma queda de 0,9% na comparação com o ano anterior. Em termos de geografias há um equilíbrio entre a Oeste da Europa , América do Norte e Ásia Pacífico com algo na casa de 27% de participação nesse valor de receitas. A América do Sul é enquadrada na nomenclatura de demais partes do mundo que somaram 4,3 bilhões de euros, ou 18% do total apurado pela companhia.
* O repórter viajou a convite da Schneider Electric