Com a fusão entre as fabricantes de aerogeradores Nordex e Acciona liberada pelas autoridades europeias, a empresa resultante da operação vai continuar apostando no Brasil como um mercado e cenário de oportunidades para crescimento. De acordo com Pablo Pulpeiro, CEO da Nordex-Acciona para o Brasil, o país foi um dos maiores mercados do mundo em 2015 e o compromisso da empresa é ficar. "Nosso compromisso é no longo prazo, como a energia eólica é muito competitiva no país, acreditamos que vai ser um dos principais mercados da nova companhia", afirma.
Mesmo com a acentuada queda no consumo, Pulpeiro vê o Brasil como um mercado muito competitivo e que justamente esse recuo na demanda de projetos vai aumentar ainda mais a competição nos leilões. "Quando a contratação é baixa, isso tem um impacto no mercado, ele fica mais competitivo", comenta. A fabricante espanhola já está no mercado brasileiro e segundo ele, esse foi um motivador para a alemã Nordex ter prosseguido com a aquisição. Ele aposta em uma retomada da economia e da demanda no curto e médio prazo para que as metas de contratação do setor possam ser alcançadas. Ainda segundo ele, o lado ruim da baixa contratação é que ela acaba por agregar pouco no aspecto tecnológico. Ele lembra que ainda é necessária a contratação de 2 GW por ano para a estabilização da cadeia industrial eólica.
A nova empresa, que por enquanto se chamará Nordex-Acciona, nasce como uma gigante na fabricação de aerogeradores, sendo considerada pelo executivo uma das cinco maiores no mercado global. Prometendo não fechar nenhuma unidade, a empresa se vê financeiramente mais forte após a fusão. "A companhia tem muito menos risco porque pode atuar em muitos mercados, mesmo que algum não esteja bem, em outros ela pode participar", avisa o executivo.
A Nordex-Acciona vai ainda começar um processo de avaliação das tecnologias das empresas para iniciar um processo de desenvolvimento de produtos. Além da planta de naceles da Bahia, a Acciona tem uma unidade para cubos no mesmo estado. Ela possui ainda no país uma fábrica de torres no Rio Grande do Norte e deve produzir postes de concreto no Rio Grande do Sul e no Piauí. Essas fábricas são móveis, ficando próximas aos projetos que estão sendo implantados.
Este ano, a empresa vai alcançar a marca de 800 MW instalados no país. Ela entrega esse ano parques que somam cerca de 500 MW. Eles estão divididos em três projetos que ficam no Ceará (207 MW), Rio Grande do Norte (99 MW) e Rio Grande do Sul, (207 MW), que finaliza a entrega em 2017.