O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, reforçou sua fidelidade ao compromisso politico assumido com a presidente Dilma Rousseff quando chegou ao Ministério de Minas e Energia. Em conversa com jornalistas na sede da Eletronorte, Braga disse que permanece no cargo até que quem o nomeou decida dispensá-lo. “A minha história política é de coerência. Na vou rasgar a coerência da minha vida publica”, afirmou nesta sexta-feira, 15 de abril.

Braga convocou os jornalistas para um balanço sobre as ações adotadas nos 16 meses em que permanece à frente do ministério e lembrou que tem uma série de medidas em andamento. Entre elas, a Medida provisória 706, que concedeu prazo de 210 dias para que a situação das distribuidoras da Eletrobras seja equacionada para a prorrogação dos contratos de concessão. “Temos uma MP que tem que ser votada porque senão teremos graves problemas”, justificou. Ele disse ainda que tem prazos a cumprir também com o setor de óleo e gás. 

Braga classificou o processo contra a presidente como um impedimento politico, o que é ruim para a democracia. Ele disse que o processo atual significa dizer que um politico mal avaliado e que enfrente uma conjuntura desfavorável pode ser afastado do cargo se houver uma conjunção de forças políicas contrárias.

Questionado sobre como a presidente está lidando com a situação, às vésperas da votação da admissibilidade do processo de impeachment no plenário da Câmara, Braga disse que o comportamento dela tem tem sido “admirável”. “Poucas pessoas são democratas a ponto de conviver com 2 milhões a 3 milhões de pessoas nas ruas protestando. Ninguém pode dizer que houve repressão de alguma forma”, afirmou.

Braga destacou que sua coerência “não está com a votação de impeachment. Até porque nosso partido não fechou questão sobre isso. Tem a questão da indicação, da posição do  vice presidente. Mas o PMDB repetiu o que sempre foi”, disse, lembrando que a legenda começou como uma frente ampla.

Ao ser questionado sobre como encarava o fato de o vice presidente Michel Temer ser chamado de golpista, o ministro disse que somente a história poderá julgar as pessoas. Para ele, muita gente ainda não percebeu, mas seja qual for o resultado da votação de domingo, “o Brasil vai amanhecer na segunda-feira e as coisas vão ter que continuar funcionando”, destacou. 

O ministro tambem criticou a postura do Congresso ao descartar qualquer possibilidade de um acordo político. “Alguém acredita que algum parlamentar vai abrir mão do seu mandato?” perguntou Braga. Ele lembrou que além de rejeitar a proposta de eleições gerais, o Congresso também não aceitou a constituinte exclusiva defendida pela presidente.“Temos democracia de 31 anos. Seremos um case no mundo porque vivenciamos o segundo processo de impeachment. E esse processo de impeachment é muito mais político que jurídico”, comentou.