A Empresa de Pesquisa Energética e o Operador Nacional do Sistema Elétrico divulgaram nesta terça-feira, 12 de abril, os resultados da primeira revisão quadrimestral da carga do Sistema Interligado Nacional para o período 2016-2020. Para 2016, órgão manteve a expectativa de carga de 64.573 MW médios, o que por si só já representava uma queda de 2,4% na comparação com a carga verificada em 2015. A novidade está no horizonte 2017 a 2020, que na comparação com os dados divulgados no "Planejamento Anual", em dezembro, caiu de 2,9% para 2,7% a taxa média de crescimento nesse período, representando uma redução de 3.349 MW médios. O presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim, já havia alertado para essa nova redução da projeção da carga em entrevista concedida à Agência CanalEnergia em fevereiro.
Segundo EPE/ONS, o documento foi elaborado considerando os cenários de redução da expectativa de crescimento do PIB; de juros elevados; de redução do crédito; de aumento do nível de endividamento das famílias no curto prazo; de reprogramação de investimentos; postergação da interligação ao SIN do sistema isolado de Boa Vista, de março/2018 para julho/2018; entre outros fatores macroeconômicos.
A nova estimativa prevê que o PIB em 2017 cresça apenas 0,8% ante previsão de 2,5% divulgada em 2015. As estimativas de crescimento do PIB também foram revisadas para baixo em 2018, de 3% para 2,6%; e de 3,8% para 3,2% em 2020. Para 2019 foi mantida a expectativa de crescimento de 3,2% do PIB.
"O cenário econômico para os próximos anos foi revisado em virtude da deterioração da conjuntura e seus impactos para o médio prazo. A retomada do crescimento econômico depende da recuperação dos investimentos e da demanda interna, bem como da melhora dos indicadores de confiança dos agentes", diz o documento.
As projeções de carga para 2017, 2018, 2019 e 2020 foram reduzidas, respectivamente, em 681 MWmed, 919 MWmed, 809 MWmed e 943 MWmed – sempre comparando com as previsões apresentadas no Planejamento Anual 2016-2020 divulgadas em dezembro de 2015 pelos órgãos. Analisando os dados por subsistemas, é possível verificar que as reduções maiores de cargas acontecerão no Nordeste e no Sul no período 2016 a 2020.
Os órgãos destacam que a taxa de investimento do Brasil apresentou dois anos seguidos de retração (2014 e 2015) e a expectativa é que haja nova queda em 2016 dada a baixa confiança dos empresários. Outro fator relevante para alteração do cenário, continuam os órgãos, foi a queda do consumo das famílias em 2015, revertendo a trajetória dos últimos anos. A expectativa é que este consumo não retome no curto prazo devido à continuidade do aumento da taxa de desemprego e da queda da renda real.
"Sendo assim, a expectativa é de mais um ano de retração em 2016, com uma leve recuperação em 2017, seguida de um crescimento mais forte a partir de 2018 puxado pela retomada da utilização de capacidade ociosa", diz o documento. Para ler o documento na íntegra, clique aqui.