A Eletrosul está focada em executar os projetos que está tocando. Esse momento deverá deixar a estatal de fora dos próximos leilões de transmissão e geração. Segundo o presidente da empresa, Márcio Zimmermann, a meta é de terminar os projetos arrematados em leilões da Aneel para depois retomar a participação nas disputas tanto em geração quanto em transmissão.
“Acho que nesse momento a Eletrosul está sedimentando aquilo que que avançou na última década. Temos que parar e fazer um balanço, estamos na discussão de um plano de negócios justamente porque temos os compromissos assumidos e que temos que terminar. A partir do momento que equacionar a Eletrosul volta aos leilões”, revelou ele à Agência CanalEnergia após sua participação na abertura da edição 2016 da UTCAL Summit, realizada em Florianópolis.
Para este ano a companhia está focada em terminar os aportes que vem fazendo nas usinas de Jirau e Teles Pires que ainda deverão somar cerca de R$ 200 milhões por estarem em fase final. Nesses ativos, comentou Zimmermann, a companhia já realizou investimentos na casa de R$ 2 bilhões. No segmento eólico a empresa também está finalizando os parques eólicos sob sua responsabilidade. Os últimos estão próximos a ficar operacionais.
Com isso, a Eletrosul focará seus esforços na busca por um ou mais parceiros para o lote A e E de transmissão por meio de uma chamada pública. O tema, relatou, está em discussão de como será feito esse processo, se com apenas um parceiro para os 2,1 mil quilômetros de linhas e sete subestações ou se a Aneel permite a divisão desse empreendimento em lotes menores.
O executivo se mostra otimista com as perspectivas para o projeto. Ele destaca que a Eletrosul é a empresa que menos atrasa empreendimentos de transmissão no ranking da Aneel e que esse fator ajuda a trazer mais retorno para o investimento feito. “É um grande investimento, mas precisamos nos adequar ao momento do país. Se fizer uma avaliação ótima, o ideal é ter um sócio apenas”, admitiu.
De acordo com Zimmermann, atualmente a empresa está finalizando os contatos com o mercado para mostrar as vantagens do projeto. Ao mesmo tempo, a empresa está dando continuidade ao processo de licenciamento ambiental junto à secretaria responsável pela autorização no Rio Grande do Sul. Essa parte, classificou ele, é chave no projeto, já que o licenciamento é o maior motivo de atrasos de obras de transmissão no país. O lote E, também arrematado no leilão de 2014 também deverá ser colocado na chamada pública, mas essa questão ainda está em discussão.
*O repórter viajou a convite da organização do evento