A Enel Brasil encerrou a fase de implantação de um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento que visa testar tecnologias diferentes para a geração de energia solar. No mês passado, a empresa inaugurou o último Módulo de Avaliação Solar (MAS) de responsabilidade da companhia, em Cabo Frio, no Rio de Janeiro. A Enel tem ainda outro três Módulos, que fazem parte de um P&D estratégico da Agência Nacional de Energia Elétrica. A iniciativa envolve ainda outros quatro MAS, esses de responsabilidade da Tractebel Energia.

Assim como os demais MAS da Enel, o Módulo de Cabo Frio tem capacidade para gerar 70 kWp e vai fornecer energia elétrica para a unidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF), localizado no município. "Todos os módulos de avaliação possuem a mesma configuração. São sete tecnologias diferentes. É como se fossem sete filas de painéis solares, cada fila composta de uma tecnologia. Assim é possível realmente comparar se em uma determinada região, uma tecnologia se mostra mais eficiente do que outra", explica Carlos Carvalho, responsável de P&D da Enel Geração.

Dos oito módulos que foram instalados no país, um fica no Norte, dois no Nordeste, um no Sudeste e dois no Sul. A Enel Brasil é responsável por quatro dessas unidades – além da de Cabo Frio, já estão em funcionamento os MAS de Cachoeira Dourada (GO), Igaporã (BA) e Caucaia (CE). De acordo com Carvalho, a Enel investiu nos projetos R$ 6,5 milhões, com recursos do programa de P&D. Somente na planta de Cabo Frio, foram investidos entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,8 milhão, ainda segundo o gerente.

A pesquisa tem duração de um ano, de janeiro a dezembro de 2016. O período é importante para que as tecnologias sejam testadas em todas as estações do ano. "Estamos nos primeiros três meses de dados. Pode ter alguma tecnologia que se mostre, por exemplo, viável no verão e, no inverno, por alguma condição climática, ela não seja tão vantajosa. Isso tudo vai dar uma massa crítica de dados muito interessante para a gente nortear o desenvolvimento dessa tecnologia no Brasil", explicou Carvalho em entrevista à Agência CanalEnergia.

Apesar da previsão inicial de duração do projeto ser de um ano, Carvalho acredita que a pesquisa não vai parar por aí. Ele comenta que é de interesse da Enel, por exemplo, comparar se no segundo ano o comportamento que se viu no primeiro ano vai se repetir. "Acaba que essa pesquisa vai continuar. Mas é óbvio que esse primeiro ano é mais importante e que vai nortear as principais rotas de investigação dos próximos cinco anos", apontou.

Cada módulo também conta com equipamentos que medem a radiação solar, temperatura, direção e velocidade do vento, além da quantidade de chuva, para que sejam analisados os impactos de cada um desses fatores no desempenho dos sete tipos de painéis solares. Todos os dados estão sendo enviados para a Universidade Federal de Santa Catarina, onde são analisados por uma equipe do projeto. Os resultados finais devem ser divulgados em dezembro deste ano, no encerramento do projeto.