A telemedição no Brasil ainda é um recurso com baixa penetração no país quando comparado a outros mercados mais evoluídos, como a Europa ou Estados Unidos. Nesse primeiro a estimativa é de que de um total de 216 milhões de unidades consumidoras, 160 milhões sejam telemedidas até 2020 e no segundo a previsão é de quase 50% das 145 milhões de pontos de consumo sejam acessados remotamente pelas distribuidoras. Enquanto isso, no Brasil há apenas clientes na alta tensão, com 100% das unidades já monitoradas e 92% na média tensão na mesma situação. No grupo de baixa tensão, apenas 3,5% dos 67 milhões de consumidores contam com essa tecnologia.

Contudo, a perspectiva para os próximos anos deverá mudar esse perfil, já que naturalmente a tecnologia deverá crescer mais nesse mercado ainda a ser explorado. Com isso a consequência é de que as distribuidoras tenham que lidar com um volume cada vez maior de dados. Segundo o consultor José Luiz Hernandes, esse aumento pode ser de 120 vezes ante o que a concessionária tem que lidar quando comparado à medição tradicional, uma vez que ao invés de uma são realizadas quatro medições diárias de consumo de energia.
De olho nesse mercado, a CAS Tecnologia promoveu o lançamento de uma plataforma analítica chamada Athena, com a qual procura avançar sobre a perspectiva de que as distribuidoras terão a necessidade de avaliar esses dados com mais agilidade e prever ações de manutenção, controle de receita e de manutenção de indicadores regulatórios, segundo suas necessidades.
“Medição inteligente é inexorável para o setor elétrico, virá de forma definitiva no país assim como já acontece em outras regiões”, comentou o consultor no evento de lançamento que a empresa promoveu para jornalistas. A aposta da desenvolvedora é de que as concessionárias tenham mais capacidade de avaliar e tomar as melhores decisões diante de um quadro como interrupção no fornecimento de energia, combate a fraudes, religamento de consumidores, entre outras ações do seu dia a dia.
De acordo com a gerente de produtos da CAS Tecnologia, Cláudia Onoda, a expectativa é positiva. E se baseia no argumento de que as distribuidoras precisam ser cada vez mais eficientes ao passo que a Agência Nacional de Energia Elétrica implementa limites operacionais e financeiros cada vez mais restritivos. “A plataforma oferece suporte à tomada de decisão em tempo real, indica a quantidade de energia que deixa de ser faturada e o impacto nos indicadores regulatórios previamente carregados no sistema”, exemplificou.
A CAS afirma que o desenvolvimento da plataforma Athena foi desenvolvida para integrar os diversos sistemas dentro de uma distribuidora como o Scada, ERP, de business inteligence, faturamento, entre outros.  O sistema já foi testado com simulações realizadas junto a clientes e agora começará a ser apresentado às distribuidoras. Hoje a desenvolvedora já atende a 20 de 26 grandes concessionárias do Brasil em 19 estados.