A Eletrobras deve realizar a venda da Celg até o fim do primeiro semestre. De acordo com o diretor de relações com investidores, Armando Casado, uma das últimas etapas que estão sendo concluídas foi a repactuação da dívida de Itaipu, em fevereiro deste ano. Segundo ele, a Agência Nacional de Energia Elétrica exigiu uma série de condicionantes nesse contrato e que fossem enviados para ela. "Isso demandou um tempo e era uma das condições para continuar com o processo", explicou Casado, que participou de conferência com analistas nesta sexta-feira, 1º de abril.
Quanto as demais distribuidoras, ele manteve a expectativa de que até o fim do ano possam ser colocadas à venda. Até o fim de junho, um estudo deverá ser apresentado para a diretoria, que vai deliberar sobre o tema no mês seguinte. A decisão ainda depende de fatores como a renovação das concessões, que só poderá ser feita após um aporte, de modo que elas consigam sanar dívidas com a própria Eletrobras e sejam capazes de fazer em 2016 os investimentos exigidos pelo processo de renovação. "A alienação deve ser feita até o fim de 2016 para que os novos investimentos sejam feitos pelo novo controlador’, avisou.
O resultado das distribuidoras em 2015, que somaram um prejuízo de R$ 5,6 bilhões, ficou muito acima dos anteriores devido a uma mudança na metodologia, que tomou como base de cálculo a indefinição da renovação das concessões. "Se partir para a prorrogação da concessão, tem um fluxo muito maior, com tendência de melhoria dos resultados", frisa.
Casado disse ainda que não conta com outra alternativa para as distribuidoras que não seja esse aporte de capital para que elas fiquem financeiramente saudáveis. Segundo ele, o assunto tem sido debatido e ratificado pelo conselho nas reuniões de conselho com o modelo proposto pela administração. "Não trabalhamos com plano B, só penso nessa hipótese", ressalta o executivo.