O avanço da energia eólica continua a plena carga e com novos recordes de geração registrados em 2015. Somente no ano passado o crescimento foi de 74,8% ante o reportado em 2014. Foram produzidos 21,37 TWh ante os 12,22 TWh do período anterior. A geração média do ano passado foi de 2.433,56 MW médios e o recorde foi alcançado em agosto, com 3.382,03 MW médios. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Eólica e farão parte do boletim anual que a entidade divulga.

Segundo a avaliação da ABEEólica, em termos de representatividade e abastecimento, esse montante equivale a 4% na média de toda a geração injetada no SIN. Sendo que o recorde mensal elevou essa participação a 6% e, em termos de geração instantânea, 10% do total, registrados em 2 de novembro com 4.957 MW. Somente no Nordeste em 2 de novembro a eólica representou 45% da carga desse subsistema. Já em 13 de novembro, apenas no Sul a geração alcançou 1.340 MW, o equivalente a 14,3% da carga da região. Os quatro estados com maior geração no período de 2015 foram Rio Grande do Norte com 7,18 TWh, Ceará com 4,62 TWh, Bahia com 4,01 TWh e Rio Grande do Sul com 3,33 TWh.
Pela primeira vez desde que a fonte entrou na matriz elétrica nacional foram instaladas mais de 100 usinas. A entidade reporta que no ano passado o Brasil ganhou 111 parques de geração eólicos Esses empreendimentos somaram 2.753,79 MW de potência ao parque de geração nacional. No total, o país terminou 2015 com 349 usinas no total, representando 8.725,88 MW de potência eólica instalada, um crescimento de 46% em relação a dezembro de 2014.
O fator de capacidade atingiu valor médio 38,1% em 2015. Dessa forma, manteve a média de 2014. De acordo com o documento da entidade, ao se considerar somente os parques eólicos participantes dos leilões, o fator de capacidade médio foi de 39,9% em 2015, tendo atingindo pico de 55% em agosto. Já em termos de picos de geração instantânea, o fator de capacidade atingiu patamares de 85% e de 83% nos casos de recordes de geração no subsistema NE e no SIN. Os estados que apresentaram os maiores indicadores foram a Bahia com 46%, Pernambuco com 44%, Piauí com 43,8% e Ceará com 42,7%. Também nesse estado é que foi registrado o maior valor médio mensal ao atingir 66,1%.
Com esses números a ABEEólica calculou que o total das emissões evitadas em 2015 foi de 10,42 milhões de toneladas de CO2, o equivalente a cerca de 7 milhões de automóveis durante todo o período, considerando os índices apresentados em relatório de 2014 da Cetesb, a companhia ambiental do estado de São Paulo.