A Neoenergia pretende vender cinco Pequenas Centrais Hidrelétricas da sua carteira de geração, que somam 140 MW. A intenção da empresa é concentrar a sua atuação apenas em projetos de usinas hidrelétricas. A venda ainda vai ser detalhada. De acordo com Sandro Franco, diretor de Relações com investidores da Neoenergia, essa operação pode trazer um reforço de R$ 400 milhões a R$ 600 milhões para o caixa da empresa. "Queremos ficar só com projetos maiores", explica o executivo, que participou nesta quinta-feira, 31 de março, de reunião com investidores, no Rio de Janeiro (RJ). Em 2015, a Neoenergia investiu R$ 3,3 bilhões, sendo R$ 1,7 bilhão na distribuição.

A UHE Teles Pires, no Mato Grosso, de propriedade da Neoenergia, deve estar com a quinta e última turbina em operação entre abril e maio deste ano, operando na sua plenitude. A Força Eólica Brasileira, joint venture feita em parceria com a Iberdrola, tem 288 MW em operação e outros 174 MW em construção. A Força Eólica deve ser o veículo de expansão do grupo este ano, já que Franco não vê oportunidades para a fonte hídrica em leilões de energia e vê um crescente direcionamento de investimentos no setor para as fontes alternativas. "PCHs não são o nosso negócio e grandes UHEs não irão aparecer. O que resta é renovável", avisa. A Neoenergia também possui participação na UHE Belo Monte (PA – 11.233 MW). Em 2015, ela desembolsou cerca de R$ 1 bilhão para a usina e esse ano fez um aporte programado de R$ 100 milhões. Um eventual aporte só poderá ser decidido após o leilão A-5.

Embora afirmando que a distribuição tem um papel de protagonista dentro do grupo, a empresa não deve participar dos leilões de distribuidoras sob o manto da Eletrobras. A Celg (GO) é a que está em estágio mais adiantado, com o seu leilão devendo ser realizado este ano. A Eletrobras Distribuição Alagoas (AL) e a Eletrobras Distribuição Piauí (PI) estão na mesma região Nordeste em que empresa atua com Coelba (BA), Celpe (PE) e Cosern (RN). Segundo Franco, as aquisições não estão no plano estratégico da empresa. "Não estamos comprando nada", frisa. Ele também ressalta que o formato de preço oferecido pelo governo por alguns tipos de ativos é passível de críticas sob o aspecto financeiro. "Quando você vai comprar a concessão e vai pagar muito além do que aquele ativo vale, não consegue fazer o retorno do investimento na curva do tempo. A base de preço tem que valer a pena", salienta.