Após o fim do período de El Niño, que deverá terminar entre o fim de abril e começo de maio, a indicação é de entrada de uma La Niña no último trimestre do ano, segundo a diretora do Climatempo, Patrícia Madeira. Diferentemente do El Niño, que se caracteriza por chuvas abaixo da média no Nordeste e acima da média no Sul, a La Niña propicia um aumento das precipitações no Nordeste, região que tem sido mais afetada pela seca dos últimos anos, e poucas chuvas no Sul no país.

"Não há possibilidade de volta do El Niño nesse momento. A La Niña deverá entrar no último trimestre do ano. A expectativa é que o próximo verão seja sobre influência de La Niña", apontou Patrícia durante o evento Agenda Setorial 2016, que acontece nesta quarta-feira, 30 de março, no Rio de Janeiro.

Além de aumentar as chuvas no Nordeste e Norte do país e reduzir as precipitações no Sul, a La Niña traz um clima mais ameno ao Sudeste, o que faz com que a carga da região tenda a ser mais baixa. Além disso, a La Niña, de acordo com Patrícia, atrasa um pouco o início do período úmido, mas, por outro lado, também estende esse período.

"Depois de janeiro, a chuva fica mais regular. A La Niña não é ruim para o setor, a chuva fica mais contínua. O que aconteceu em 2014 e 2015, com bloqueio de chuvas, não tem a menor expectativa de que possa ocorrer em 2017", comentou. Ela disse ainda que, normalmente, a La Niña dura um ano, mas a expectativa é de que essa venha forte e que quando ela comece a perder intensidade, tenha um repique. "Então, provavelmente, a gente vai ter 2017 e 2018 com repique de La Niña", avaliou.