A Cesp não possui sobras de energia para ser vendida no mercado livre. A empresa que possui atualmente 1.051 MW médios em garantia física, já descontando as perdas de transmissão até o centro de gravidade e o seu consumo interno, está com toda a capacidade negociada no mercado livre e no mercado regulado. A empresa está nessa condição até 2021, quando encerram contratos para o ACL.

A empresa reportou a queda de 19,2% no preço médio de venda na comparação entre os anos de 2014 e de 2015, principalmente, em função da queda do valor do PLD, que passou de R$ 688,88 MWh para R$ 287,20/MWh afetando a receita proveniente da energia descontratada e liquidada no mercado de curto prazo. Contudo, o preço médio dos contratos da empresa aumentaram de R$ 142,47//MWh para R$ 157,08/MWh, elevação de 10,25%.
Como consequência, confirmou o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Cesp, Almir Martins, a empresa não está exposta ao atual momento de preços mais baixos pelo qual passa o setor com a sobreoferta de energia no ambiente de contratação livre. A exposição fica restrita ao GSF no ACL já que toda a parcela de energia negociada pela empresa no ambiente regulado está protegida de riscos de acordo com os termos da lei 13.203 que trata da repactuação do risco hidrológico.
Aliás, destacou Martins em teleconferência sobre os resultados da companhia em 2015, a repactuação ajudou a empresa a reduzir seus custos com compra de energia em cerca de R$ 100 milhões. Por outro lado, a empresa estima que, em um exercício teórico, que a receita bruta deixada de ser apurada no ano passado ficou na casa de R$ 1,2 bilhão com o GSF uma vez que a companhia foi doadora de 2.036 GWh no ano passado e não pode vender essa parcela ao PLD.