O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico deverá discutir na próxima reunião marcada para o dia 6 de abril a possibilidade de desligamento de novas térmicas. Um estudo com as consequências de um novo desligamento de usinas será apresentado na ocasião pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico. Hermes Chipp, diretor-geral do ONS, avalia que, no momento, é importante manter ligadas as usinas com CVU até R$ 211/MWh.
Na visão do ONS não há espaço, no momento, para o desligamento de novas usinas, no entanto, Chipp frisa que o Comitê é soberano para decidir. "O Comitê é soberano para decidir e para assumir a responsabilidade", declarou o executivo que participou nesta quarta-feira, 30 de março, do evento Agenda Setorial 2016, que acontece no Rio de Janeiro.
"Estamos numa situação bem melhor do que no ano passado, mas não é mar de almirante", comentou Chipp. O executivo disse ainda que o mês de abril não será uma mês de boas afluências. "O que estamos vendo é que a estação chuvosa já está se encerrando", analisou.
Abengoa – Chipp informou que é preciso criar, o mais rápido possível, um caminho para escoar a energia eólica do Nordeste para o Sudeste e também a energia de Belo Monte, na falta das linhas que pertencem a Abengoa e que estão com obras paralisadas.
Uma nota técnica elaborada pelo ONS mostra que a diferença na capacidade de escoamento do Nordeste para o Sudeste, sem as linhas da Abengoa, é de cerca de 3 mil MW. A perspectiva é que as linhas da Abengoa sofram um atraso de cerca de dois anos.