O Operador Nacional do Sistema Elétrico defende uma alteração nos parâmetros alfa e lâmbida da CVaR, de modo que o modelo possa refletir com antecedência o despacho térmico. A ideia é que as usinas comecem a ser ligadas antes, para evitar que, em momentos ruins, tenha que se ligar todo o parque térmico, inclusive as usinas mais caras, aos mesmo tempo.

À medida vinha sendo estudado pela CPAMP, segundo Hermes Chipp, diretor-geral do ONS, e na última reunião foi tomada a decisão pela revisão dos parâmetros. "Achamos que tem que rever os parâmetros em função de que agora ocorreu uma hidrologia média, o CMO está baixo, mas estamos despachando térmicas olhando o futuro. Com a mudança nos parâmetros, a ideia é despachar mais térmicas com antecedência", explicou Chipp, que participou nesta quarta-feira, 30 de março, do evento Agenda Setorial 2016, promovido pelo Grupo CanalEnergia, no Rio de Janeiro.

Chipp disse ainda que o perfil da matriz está mudando e isso tem que estar refletido nos parâmetros do modelo. "Hoje temos mais usinas com intermitência grande e isso tem que refletir [no modelo]", apontou.

Para ele, atualmente ainda não é possível voltar ao despacho por ordem de mérito. Isso levaria os reservatórios, segundo Chipp, a chegar ao final de novembro com apenas 12% de armazenamento no Sudeste/Centro-Oeste. A ideia do operador é chegar ao fim do período seco com um armazenamento em torno de 30%. "Não quero nunca mais chegar no fim do período seco com armazenamento de 10% ou perto disso", declarou.

Já o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, defendeu que a operação precisa voltar, de preferência o quanto antes, para a ordem de mérito. "Em algum momento tem que voltar à normalidade. O ideal é que [o despacho] esteja no modelo, que todos podem rodar, de forma transparente", afirmou. Ele também defendeu que se o modelo não está refletindo o despacho necessário, que é preciso mudar os parâmetros da CVaR.