O lucro líquido da Cemig em 2015 caiu 20,56% ante o reportado em 2014. A companhia mineira apurou ganhos de R$ 2,491 bilhões ante os R$ 3,136 bilhões do período anterior. O resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no padrão contábil IFRS alcançou R$ 4,954 bilhões uma queda de 22,36% na base anual e a margem ebitda recuou de 32,66% para 23,27%. A receita líquida consolidada da Cemig no ano de 2015 aumentou 8,97%, para R$ 21,292 bilhões.
O grupo Cemig comercializou 10,3% menos energia do que em 2014, reportou a venda de 56.903.594 MWh. Segundo a companhia, o consumo de energia no ano foi afetado pelas condições adversas das conjunturas política e econômica nacional e, no mercado cativo, pelos reajustes tarifários e bandeira tarifária. O segmento industrial respondeu por 50% da demanda da Cemig, o residencial por 21%, o comercial por 14%, rural por 7% e outros por 8%. Em 2014 a indústria representava 53% da demanda.
Na Cemig-D a demanda total, aquela que é destinada a clientes cativos e a energia transportada para clientes livres e distribuidoras com acesso à rede da empresa, somou 42.124 GWh, uma queda de 5,3% em relação a 2014. Nesse montante, o ACR apresentou queda de 2,1% na demanda e o ACL de 10,2%. No mercado residencial houve uma queda de consumo médio de 3,6% em 2015, esse segmento dentro da distribuidora ficou responsável por 17,27% da energia comercializada. Já o segmento industrial apresentou uma retração de 7,84% no ACR e de 10% no ACL.
Já a subsidiária de geração e transmissão apresentou queda de 15,6% no volume de energia faturada. Uma das explicações é o término das concessões de duas usinas cuja energia foi redirecionada para o sistema de cotas e liquidação no mercado de curto prazo. A empresa faturou 29.966 GWh de energia no ano, sendo que os consumidores livres responderam por 18.832 GWh, queda de 11,8%. Já a comercialização de energia para outros agentes do setor elétrico no ACL somou 6.443 GWh, decréscimo de 24,5%, já para o ACR a queda ficou em 16,9%, com a venda de 4.690 GWh. O portfólio de geração da Cemig alcançou 10,286 GW em capacidade instalada. A maior parte, com 8,894 GW em usinas hidrelétricas.
O DEC acumulado no ano está dentro da meta regulatória estabelecida pela Aneel, em 11,5 ante o limite de 11,6 horas. Nesse indicador houve aumento de 0,7 horas ante o encerramento de 2014. Já o FEC apresenta uma folga maior para o limite regulatório que é de 8,3 vezes. A Cemig reportou índice de 5,9 vezes, mesmo assim houve aumento em relação ao ano de 2014 quando a empresa obteve 5,6 vezes.
No ano, a Cemig aumentou a provisão para perdas em investimentos em 114%, para R$ 1,2 bilhão. Desse valor, R$ 1,079 bilhão destina-se a provisão na opção de investimento da Parati e de R$ 119 milhões na SAAG.
A dívida total da companhia ao final de dezembro era de R$ 15,167 bilhões, um montante 12,27% mais elevado que ao encerramento de 2014. Desse montante, 51% vem da Cemig-GT e 46% da Cemig-D, os demais 3% estão classificados como outros. Já a dívida liquida aumentou 1%, passou de R$ 11,610 bilhões para R$ 11,732 bilhões. Os investimentos da empresa em controladas e controladas em conjunto em 2015 somaram R$ 9,767 bilhões.