O modelo de expansão da transmissão associado a geração já está dando sinais de falência, segundo análise da PSR. Isso porque o leilão da transmissão enfrenta problemas, que são evidenciados pela quantidade de lotes vazios nos últimos certames, e também pelos atrasos na implantação dos projetos, o que faz com que muitas vezes, o projeto de geração fique pronto sem a respectiva linha de transmissão.

"A transmissão vem enfrentando problemas. Quando os projetos são colocados no leilão, não saem, e quando saem, é difícil implementar", analisou Rafael Ferreira, que faz parte da equipe de estudos da transmissão da PSR. Segundo ele, hoje a implementação de uma linha de transmissão demora mais de três anos, chegando a cinco anos. "Isso mostra que o modelo GT dá sinais de falência", comentou o consultor durante o 6º Workshop PSR/CanalEnergia, que aconteceu nesta terça-feira, 29 de março, no Rio de Janeiro.

Para a PSR, hoje, uma saída seria maximizar o benefício da rede existente, ou seja, explorar a flexibilidade operativa do sistema existente, com ações como a repotenciação, por exemplo. Outra saída seria planejar as linhas antes da licitação da geração.

De acordo com Ferreira, a Empresa de Pesquisa Energética já vem fazendo esse planejamento "proativo". Ele disse ainda que, nos leilões, a falta de interesse pelos projetos de transmissão não se deve somente a uma RAP abaixo da esperada, mas também pela percepção de alto risco regulatório. "Alguns players estão com problema de capitalização porque não receberam a indenização dos ativos anteriores a 2000. A própria Cteep declarou que só participaria de novos leilões depois de receber a indenização. Isso envolve também a percepção de risco regulatório", afirmou Ferreira.