A conexão de Manaus ao Sistema Interligado Nacional abriu uma nova fronteira para o avanço do mercado livre. Isso porque as indústrias da região que apresentavam as condições necessárias para ser consumidor livre não podiam acessar o ACL justamente por estarem em um sistema isolado. Agora a tendência é de que esse cenário mude e foi justamente essa perspectiva que atraiu a Ecom Energia para aquela região com a abertura de um escritório na capital amazonense. A meta é de encerrar o ano com um volume entre 15 a 20 clientes com contrato assinado.

“Nossa meta é de ser a comercializadora líder na região Norte”, destacou o sócio diretor da Ecom, Paulo Toledo. Ele contou que o processo de chegada à região foi iniciada entre agosto e setembro do ano passado com uma série de apresentações e conversas iniciais com empresas da região para explicar o funcionamento do mercado livre, uma novidade por lá. A prospecção de clientes começou no final do ano e início de 2016.
“Já temos outras empresas em processo de assinatura de contratos e deveremos ter mais novidades nas próximas semanas”, comentou. “Prevemos encerrar 2016 com um volume entre 15 a 20 clientes com contrato assinado e em processo de migração para o ACL”, apontou o executivo destacando o fato de que essas empresas podem ser consumidores livres ou consumidores livres especiais.
Na avaliação de Toledo, a perspectiva de negócios na cidade é grande porque mesmo grandes indústrias estão no ACR, há pouca autoprodução de energia. O que existe em algumas companhias, contou, são geradores de backup para atuar em algum momento de emergência. Mas, para conseguir avançar, destacou, é necessário que seja feito um verdadeiro trabalho de ‘catequização’ das empresas assim como ocorreu no Sudeste em 2002, quando o mercado livre no formato que existe hoje começou a se formar.
O primeiro cliente nessa base que a Ecom colocou no foco de sua atuação é a Manaus Ambiental, a concessionária de tratamento, distribuição e coleta de água e esgoto. O contrato está assinado e agora a empresa trabalha para a adequação dos pontos de medição, verificação de contratos, compra de energia entre outros passos para que a companhia manauara migre para o mercado livre, o que deverá ocorrer entre 4 a 5 meses.
Entre os argumentos que são utilizados está o de que o mercado livre trará um benefício entre 40% e 50% esse ano em consequência da diferença entre as tarifas do ACR ante o ACL. Já para 2017, calculou a Ecom esses indicadores ficam entre 20% e 40% a depender do fator de carga da unidade consumidora. Esse benefício, disse Toledo, tem como base a tarifa da Amazonas Energia , que pelo seu perfil de contratação tem uma energia mais cara naturalmente. Agora, para o período até 2020, por exemplo, a comercializadora não tem uma projeção de tarifa, mas assegurou que o benefício entre 2018 e 2020 deverá ficar no padrão que o ACL entrega normalmente que é algo entre 5% e 15% a depender do perfil de carga do cliente.
“O benefício pode nem ser tão alto como temos até 2017 porque a sobre oferta de energia no mercado livre tem deixado os preços baixos. Por isso o momento é de oportunidade. Como a perspectiva é de retomada da economia apenas em 2018, os preços deverão se manter em um nível competitivo. O momento é de oportunidade no curto prazo e de ganhos competitivos dentro do padrão do mercado livre no longo prazo”, afirmou ele.
O novo escritório da Ecom está em fase final de montagem e a empresa terá uma equipe própria para a parte comercial e de pós venda em Manaus e que, no futuro, deverá ser a unidade responsável por atender toda a região Norte.